Kazuko Yamauchi, fundadora e diretora da escola Roberto Norio, focada em Educação Infantil e anos iniciais da Educação Básica, explica os principais pontos a serem levados em conta na escolha da primeira instituição educacional
Com o final do ano se aproximando, pais e responsáveis começam a pesquisar escolas para seus filhos. Para quem procura uma instituição, especialmente pela primeira vez, é interessante prestar atenção em alguns tópicos que ajudam nessa decisão. Kazuko Yamauchi, que tem mais de 40 anos de experiência em educação infantil e também é fundadora e diretora da escola Roberto Norio, focada em Educação Infantil e anos iniciais da Educação Básica, no bairro do Paraíso (São Paulo), levantou alguns pontos fundamentais para auxiliar na busca. Confira:
1. Procure escolas num raio que seja viável e pesquise informações delas
A proximidade geográfica dos pais e responsáveis com a escola é primordial para evitar problemas com a locomoção. Assim, o primeiro filtro de pesquisa é procurar ao menos cinco escolas próximas para fazer uma visita. Nessa pesquisa, é essencial antes das visitas procurar referências na internet, seja em cada um dos sites das instituições e nas suas páginas nas redes sociais, como Facebook, além de páginas de reclamações de consumidores, como o Reclame Aqui.
2. Busque saber detalhes da proposta pedagógica e como ela é aplicada
Toda instituição de ensino segue uma linha pedagógica, seja ela tradicional, construtivista, montessoriana, entre outras. Mas tão importante quanto a linha pedagógica, é como se aplica na prática o desenvolvimento do aluno. Uma das premissas da Escola Roberto Norio é trabalhar de forma equilibrada três aspectos: mente, corpo e habilidades socioemocionais. “Todas são igualmente importantes e por isso dizemos que elas formam um triângulo equilátero da nossa estrutura educacional”, diz Kazuko. A partir da perspectiva pedagógica, as ferramentas e recursos disponíveis, e que muitas vezes são atrativas aos olhos dos pais, devem fazer sentido no dia a dia do aluno, senão passam a ser simples acessórios. “Nossas aulas de educação tecnológica (robótica) para o Infantil, por exemplo, estão conectadas à ideia do desenvolvimento da criatividade, da capacidade de trabalhar em equipe, do despertar à curiosidade, do pensamento crítico, o que vai ao encontro especialmente do aspecto socioemocional”, destaca.
3. Observe como é o relacionamento da escola com a família
Nos dias de hoje, com alunos cada vez mais tempo nas escolas, naturalmente que essas instituições de ensino passem a ter papel mais preponderante na educação das crianças, o que não diminui a responsabilidade dos pais. Assim, é fundamental observar como a escola procura envolver e se relacionar com os pais, mantendo-os ativos e participativos no processo educacional. “Na nossa escola, temos uma associação de pais e mestres, a qual incentivamos o engajamento constantemente, e que se reúne conosco a cada três meses para discutir a nossa proposta pedagógica”, destaca. Além das reuniões periódicas, a associação fica responsável por promover eventos e a integração entre as famílias. “Para o pai poder exigir qualidade, ele precisa participar de maneira ativa e coerente”.
4. Veja se a escola está aberta ao mundo
O conhecimento de outras culturas e realidades, em uma sociedade digital e globalizada, também surge como um ponto relevante a ser olhado na escolha da escola. Na Escola Roberto Norio, as atividades culturais desenvolvidas durante toda Educação Infantil e Ensino Fundamental I culminam ao final do último ano com um intercâmbio ao Japão. “A viagem proporciona mais do que o aprofundamento sobre outra cultura, mas também contribui para o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade”, ressalta Kazuko.
5. Observe como a escola trata individualmente o aluno
Ver a quantidade de alunos por sala é um dos primeiros pontos a se avaliar. A legislação brasileira aponta até 30 alunos por sala nos primeiros anos, mas olhar e acompanhar individualmente cada criança requer tempo e engajamento. Segundo Kazuko, o número ideal para um acompanhamento qualificado tem de ser bem menor. “Na nossa escola, são 12 alunos por sala, no máximo”, destaca. Porém, a quantidade é apenas o começo: “a formação começa entre zero e dez anos e é nessa fase que se cria a base mais importante, por isso, é preciso conhecer e acolher as crianças individualmente, identificando seus potenciais e adequando a intervenção para extrair e desenvolver o melhor de cada uma delas”, completa.