Sempre Materna

46% das crianças brasileiras pulam o café da manhã por falta de fome

Family during breakfast

Refeição mais importante do dia é também a mais ignorada pelos pequenos

 

A mais importante refeição do dia é também a que as crianças mais pulam. Pesquisa aponta que no Brasil 46% das crianças entre 4 e 6 anos não tomam café da manhã e a principal razão para não comerem assim que acordam é a falta de fome.

De acordo com o estudo, 67% das crianças que pulam a primeira refeição do dia não gostam de comer pela manhã ou afirmam acordar sem fome. Outras 9% acordam muito perto da hora do almoço e não desejam comer. Já 3% das crianças não tomam café porque comem outras coisas em porções pequenas (como iogurtes, biscoitos e barras de cereais, por exemplo).

Segundo a nutricionista Andrea Andrade, a dificuldade de se alimentar logo após acordar pode estar relacionada às variações biológicas ocorridas pelo ritmo das grandes cidades. “Ainda há fatores hormonais, como a grelina (hormônio da fome), que tem níveis variados independentes da ingestão de alimentos, e a leptina (hormônio que controla o apetite), que tem maiores concentrações durante a noite e nas primeiras horas da manhã”, explica.

Ainda assim, ela destaca que os pais devem incentivar o café da manhã, fazendo com que seja parte da rotina das crianças, mesmo que seja feito de maneira gradual. “O café da manhã é a primeira refeição do dia e, assim, é responsável por quebrar o jejum feito durante a noite. Sua ingestão frequente está relacionada com o controle de peso, melhor atenção, memória e desempenho cognitivo, controle dos níveis de açúcar no sangue e pode contribuir, até mesmo, com o menor consumo calórico ao longo do dia e menor risco de deficiência de cálcio. As crianças devem realizar a primeira refeição do dia para se beneficiarem deste hábito. Afinal, seu consumo está associado à melhor qualidade da dieta e melhor desempenho escolar”.

Andrea ressalta que não existe um horário ideal para realizar o café da manhã, mas é importante que as refeições aconteçam diariamente no mesmo horário. “Como a primeira refeição tem a função de quebrar o jejum noturno, não deve ser feita horas depois do despertar. De duas a três horas depois do café da manhã é o momento de uma segunda refeição: almoço ou lanche intermediário, caso o almoço for demorar mais que este tempo. No entanto, é preciso respeitar a individualidade de cada criança e não forçá-la a comer, enquanto ainda não demonstrar fome”.

Durante qualquer refeição, ainda segundo a nutricionista, é importante que os pais tenham atenção ao ambiente que será realizada. “Deve ser um momento tranquilo, feito em um local próprio para refeições e com pessoas ao redor. É essencial respeitar a vontade das crianças e torná-las ativas da própria alimentação, da escolha ao preparo. Não se deve forçar um consumo exagerado, o ideal é explicar para a criança que uma alimentação equilibrada ajuda ela a crescer, pensar, ter energia para brincar e estudar. Também é preciso controlar o consumo de carboidratos refinados (como pão branco), gorduras saturadas (presentes em manteigas, margarinas, bacon e lácteos integrais) e açúcar”.

 

PREPARANDO A MESA DO CAFÉ

De acordo com a nutricionista Andrea Andrade, um café da manhã deve ser equilibrado e composto por alimentos que vão contribuir com o consumo de nutrientes importantes para o crescimento e o desenvolvimento das crianças. Uma dica é variar os alimentos para que os pequenos se sintam constantemente atraídos pelos produtos oferecidos:

– Grupo dos cereais: são importantes fontes de carboidratos, vitaminas do complexo B e fibras, contribuindo para as crianças terem energia e um intestino equilibrado, com funcionamento adequado e células saudáveis. Ainda apresentam magnésio, manganês e fósforo, importantes para a saúde dos ossos. Alguns exemplos são os pães, biscoitos, torradas, tapioca, bolos e cereais matinais (dê preferência às opções integrais);

– Grupo dos leites e derivados: contribuem com o consumo de minerais, como cálcio, fósforo, potássio e proteínas de boa qualidade, que são essenciais para o equilíbrio e formação das estruturas do corpo, como ossos e músculos. São os queijos, leite, iogurte e compostos lácteos;

– Grupo das frutas: importantes para o consumo de fibras e vitaminas C e A, as quais participam de diversas funções do corpo, como defesa e visão. Elas podem ser consumidas frescas, secas ou em forma de suco natural;

 

Alimentos ricos em açúcar e gorduras devem ser evitados, pois seu consumo excessivo está associado ao ganho de peso, níveis alterados de colesterol e glicose no sangue.

 

 

Fonte: Nutricionista Andrea Andrade, da RG Nutri Consultoria Nutricional –   Mead Johnson Nutrition