67% das brasileiras desconhecem sua saúde reprodutiva e doenças relacionadas
Segundo um estudo da plataforma Famivita, com mais de 2.100 mulheres, realizado em setembro de 2022, 67% das brasileiras desconhecem sua saúde reprodutiva e doenças relacionadas, independentemente de estarem tentando engravidar ou não. Dos 25 aos 29 anos, por exemplo, 62% não fazem acompanhamento médico regular.
Quando questionadas sobre a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), que aponta como inférteis os casais que não usam métodos contraceptivos durante 12 meses e não conseguem engravidar; 61% delas respondeu desconhecer essa informação.
Como diagnosticar a infertilidade feminina
Segundo a OMS, 1 em cada 6 casais sofre com a infertilidade. Na mulher, as causas têm relação com a baixa qualidade e quantidade dos óvulos, devido ao adiamento da gestação, além de fatores externos, como sedentarismo e dieta inadequada.
Doenças também podem provocar dificuldades para ovular, fertilizar e manter a gravidez, como Síndrome do Ovário Policístico (SOP), tumores hormonais, alterações nas tubas uterinas, endometriose, miomas e pólipos no útero.
“Consultas regulares possibilitam diagnósticos em estágios iniciais. Muitas vezes, as complicações podem ser tratadas sem maiores agravantes”, afirma Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, membro da FEBRASGO e especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre.
Segundo Carlos Moraes, o diagnóstico da infertilidade feminina exige um acompanhamento médico para avaliar fatores como obesidade, baixo peso, idade avançada, histórico familiar, condições genéticas, entre outros, além dos exames, que serão determinantes para o diagnóstico:
Exames de sangue
Exames laboratoriais possibilitam medir os níveis hormonais e avaliar a reserva ovariana, bem como identificar possíveis alterações ligadas à infertilidade. Os exames englobam as dosagens de: FSH (hormônio folículo estimulante); HAM (hormônio anti-mulleriano); LH (hormônio luteinizante); TSH (hormônio estimulante da tireoide); Progesterona; Prolactina; Testosterona; Estradiol e DHEA-S (sulfato de hidroepiandrosterona).
“Os exames só são pedidos após avaliação clínica da paciente”, salienta o ginecologista.
Ultrassom
O ultrassom transvaginal revela o tamanho dos ovários, assim como a presença de folículos antrais (onde o óvulo se desenvolve durante o ciclo menstrual). Já o ultrassom transvaginal seriado avalia a função ovariana mais a fundo. Para isso, é feita a contagem dos folículos antrais. Quanto mais baixo o número, menor a reserva ovariana.
“Os exames de ultrassom também avaliam a presença de cistos ovarianos, além de ajudar a identificar possíveis focos de endometriose. Além disso, são necessários para acompanhar a recuperação da paciente após uma cirurgia uterina. Afinal, a capacidade reprodutiva só é restabelecida quando ocorre a cicatrização completa da área tratada. As demais estruturas pélvicas também são avaliadas por essa via”, pontua Carlos Moraes.
Videolaparoscopia
Ele permite examinar o útero, as trompas e os ovários. Para isso, é introduzido um tubo rígido (laparoscópio) na cavidade abdominal, por meio de uma pequena incisão (abaixo do umbigo) e uma sonda (na vagina e no útero). Assim, é possível identificar anomalias muito pequenas, inflamações e tecidos cicatriciais.
Cistoscopia
A cistoscopia tem a função de diagnosticar cálculos, malformações e infecções urinárias recorrentes, como cistite e uretrite. “A uretrite é uma inflamação ou infecção da uretra que, se não tratada, pode gerar doenças que afetam útero, trompas e ovários, prejudicando a fertilidade”, alerta o ginecologista.
Histerossalpingografia
Trata-se de um raio-x contrastado que possibilita visualizar as condições do interior do útero e das trompas de falópio. Tem como objetivo avaliar se existem desvios funcionais ou problemas na anatomia destes órgãos.
Histeroscopia
Este exame capta imagens internas do útero por meio da introdução de uma sonda com uma pequena câmera (histeroscópio). Ele investiga a existência de anomalias, como miomas e pólipos uterinos. Também possibilita averiguar problemas inflamatórios do endométrio e colher material de regiões específicas para análise laboratorial.
“Vale lembrar que o acompanhamento com seu ginecologista deve ser regular, como forma de prevenção ou diagnóstico precoce de doenças, facilitando tratamentos e evitando complicações futuras, como a dificuldade de engravidar”, finaliza Carlos Moraes.
Informações à imprensa
FGR Assessoria de Comunicação
Flávia Vargas Ghiurghi
@dr.carlos_moraes