A palavra ioga vem do sânscrito e significa união do corpo, mente e espírito. Essa integração, de acordo com a prática milenar hindu, traz harmonia, disposição e energia. Com seus exercícios posturais, de respiração, concentração e meditação, a técnica chegou aos países ocidentais no final do século 19, ganhou impulso com o movimento hippie e voltou à moda recentemente, transformando-se numa das melhores opções de atividade para as gestantes.
“A ioga para gestantes é um método desenvolvido especificamente para este período da vida da mulher, em que o mais importante é o elo mãe-bebê”, afirma a naturóloga e professora de ioga Marielen Cristina Pereira. Durante a prática, a mãe transmite ao bebê que está gerando sensações de paz, amor e segurança, que vão contribuir para que ele se torne um ser humano tranqüilo, amoroso e seguro. A gravidez é um estágio muito importante para o bebê, já que todas as funções humanas essenciais, tanto físicas quanto emocionais, são desenvolvidas. “Durante esses nove meses o bebê é um parceiro ativo da mãe, dividindo com ela o fluxo dinâmico de energia de vida e dependendo dela para todos processos internos do corpo.”
Na gestação, todos os sistemas corporais estão trabalhando para dois. Ao mesmo tempo desenvolve-se uma comunicação subconsciente, emocional e até mesmo física, que é completamente natural e instintiva.
“O bebê aprende durante a gravidez através de ricas e diferentes experiências no útero. O som da voz da mãe, seus movimentos, pensamentos e sentimentos, e até mesmo os seus sonhos, influenciam o bebê e fazem parte do mundo dele”, explica Marielen.
Recomendada a partir do terceiro mês até a hora do parto, sempre com a aprovação do obstetra, a ioga trará grandes benefícios durante a gravidez auxiliando a gestante a sentir-se e ao seu bebê de uma forma mais profunda, criando espaço e tempo para integrar todo o processo de mudança que está acontecendo. “Assim, gradualmente, ela vai se ajustando e percebendo suas novas prioridades e o novo estilo de vida que está por vir”, diz a professora.
Depois do Parto
Duas semanas depois do parto normal e um mês após a cesárea, a mamãe pode retornar à prática da ioga. “Mas agora em vez de trazer o bebê na barriga, ela vai trazê-lo nos braços”, conta Marielen. “A baby ioga é umas das poucas oportunidades que a mamãe tem de resgatar força e flexibilidade de forma agradável, integrando-se e harmonizando-se com seu filho.”
Durante a prática, o bebê é envolvido em diversos movimentos junto com a sua mãe, incentivando-a enquanto permanece ao seu lado. “Todo mundo sai ganhando: os bebês através dos exercícios de estimulação, massagens, mantras e ásanas (posturas da ioga), e as mamães, com movimentos que combatem e aliviam o stress, auxiliam na amamentação, fortalecem e alongam musculatura da coluna, pélvis e da barriga.” Óleos essenciais e terapia floral também são utilizados e servem como mais uma ferramenta natural para estimular o relaxamento e bem-estar da mamãe e do bebê.
Até os 6 meses, a atividade enfatiza a conexão e interação entre a mãe e o bebê. Depois disso, a relação entre os dois é desfocada e o bebê passa a ver a mãe como um espelho, imitando seus movimentos. O bebê pode acompanhar a mãe na prática até 1 ano e meio, quando então já pode passar a fazer a aula de ioga para crianças.
A prática regular de baby ioga promove uma melhoria significativa na postura e no equilíbrio, proporcionando relaxamento e bem-estar; redução de desconfortos, tensões, ansiedade e stress; aumento do tônus muscular, inclusive do abdômen e queima de gordura. “Isso sem contar as amizades e troca de experiências com novas mães e bebês”, conclui a professora.