Sempre Materna

O nascimento do bebê e a ida para casa

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Com o nascimento do bebê, inicia-se o puerpério, período bastante vulnerável à ocorrência de crises devido às profundas mudanças intra e interpessoais desencadeadas pelo parto.

Para alguns autores esta fase é chamada como o “quarto trimestre” da gravidez, por ser um período de transição que dura em média três meses após o parto.

Os primeiros dias pós-parto são vividos em geral com uma mistura enorme de sentimentos: euforia e alívio, por ter passado o momento do parto e ter visto o filho nascer saudável; desconforto físico devido à cicatrização; medo de não conseguir amamentar o bebê; ansiedade com relação ao leite, que pode demorar a aparecer e que quando aparece trás desconforto, dor e inchaço; dificuldade para amamentar; medo de não saber cuidar do bebê e de não atender as suas necessidades, ou seja, medo de não ser boa mãe.

Inicialmente esses medos e inseguranças são minimizados pelo fato da mãe e do bebê estarem ainda na maternidade, recebendo atenção, orientação e tendo a equipe técnica dividindo com a mãe a responsabilidade e o cuidado ao bebê… tão amado e tão desconhecido.

Após a alta da maternidade, mãe e bebê iniciam uma longa trajetória caracterizada pelo início de uma das relações humanas mais fascinantes: a relação mãe e filho.

É em casa que os vínculos afetivos se fortalecem, e os conflitos e as descobertas realmente começam. Ambos ainda não se conhecem e terão que encontrar uma forma de comunicação e compreensão dos sinais e das necessidades que precisam ser supridas.

Estudos mostram que mulheres que durante a gravidez acreditaram que seus filhos seriam “diferentes” – tranquilos, que vão chorar pouco, que vão dormir a noite inteira desde, o início entre outros, que negam a realidade de um bebê recém nascido, que está assustado com esse novo lugar em que se encontra, tendem a ter mais dificuldades de aceitação e adaptação à sua nova condição de vida.

Nesse momento, qualquer ajuda ou auxílio deve ser bem recebido por parte da mãe, pois ela acaba de passar por um momento difícil e está mais frágil emocionalmente.

Como tudo que é novo e causa insegurança e medo, a maternidade não é diferente. Os medos e as fantasias estão acentuados, as dúvidas fazem parte o tempo todo.

É importante que a nova mamãe não sinta vergonha de ter dúvidas, que busque informações com os profissionais que estiverem por perto e, por que não, da família.

A família pode dar o respaldo necessário para essa mãe de primeira viagem. É preciso que ela entenda que a busca de informações e a troca de experiências não são sinônimos de incompetência materna, mas sim de aprendizado. Ser mãe não é fácil e exige paciência, desprendimento e maturidade emocional para lidar com suas limitações.

O bebê precisa sentir-se amparado, seguro e acolhido. Dessa forma, os primeiros dias são muito importantes, tanto para a mãe como para o bebê.

As mães que se sentirem fracassando no seu novo papel, com insegurança e dúvidas acentuadas e recorrentes, poderão desencadear reações emocionais mais graves e aí sim, precisarem de ajuda direta e específica.

O importante é que as novas mamães consigam conviver com suas limitações iniciais e entendê-las como algo natural e temporário. Se para amenizar esse período for preciso ajuda, é importante que a outra parte saiba recebê-la com tranquilidade, disponibilidade e maturidade.

Fonte: Sempre Materna