Nascer, chorar, tomar banho, mamar e fazer o Teste do Pezinho. Essa é, basicamente, a rotina nas maternidades na chegada dos bebês, desde 1992, quando foi decretado, por lei federal, a realização obrigatória do Exame Básico do Pezinho,
antes da alta hospitalar.
Com o avanço da tecnologia, a medicina desenvolveu testes mais modernos e precisos que proporcionam maior extensão nos diagnósticos. O Exame do Pezinho Ampliado, ainda opcional para os RNs (recém nascidos), tem a função de detectar, aproximadamente, 45 doenças, na maioria das vezes não assintomáticas no período neonatal. Se não tratadas corretamente, podem determinar erros metabólicos graves, levando a retardo mental ou até a morte.
Hipotireoidismo Congênito, Fenilcetonúria, Hemoglobinopatias, Fibrose Cística, Aminoacidopatias, Hiperplasia Adrenal Congênita, Deficiência de Biotinidase, Toxoplasmose Congênita e Galactosemia, são algumas das doenças ditadas através deste seguro exame.
“O objetivo do teste de triagem é detectar o maior número de possíveis portadores das doenças investigadas para que sejam encaminhados a exames complementares específicos para verificação diagnóstica”, diz a bióloga, Regina Munhoz, responsável pelo Serviço de Triagem Neonatal do Laboratório Salomão e Zoppi.
A Triagem Neonatal, popularmente conhecida como Exame do Pezinho, ganhou esse gracioso nome pelo fato do material analisado ser retirado dos pezinhos do bebê. O momento mais propício para realizá-lo é entre o terceiro e o sétimo dia de vida do RN. Porém, pode variar de acordo com a indicação médica. “As metodologias disponíveis para essa avaliação definem valores de referência até o terceiro mês de vida, mas para doenças que precisam de tratamento rápido, perdem o seu valor”, diz a profissional.
Mesmo com uma simples picadinha, o coração da mamãe fica apertado em ver o pequeno chorar. “Normalmente, o sangue é colhido pelo calcanhar do recémnascido, por esta parte do corpo ser bastante vascularizada. A punção é rápida e quase indolor para o bebê”, garante Regina.
É importante lembrar que as crianças que obtiverem resultado anormal não são consideradas doentes. Nos casos de doenças detectadas que não têm cura a importância de saber que o bebe é portador da mesma direciona o tratamento e o acompanhamento clínico para que a qualidade de vida seja preservada. O Tratamento para algumas dessas enfermidades são extremamente simples, como mudança na dieta alimentar ou introdução de medicamentos.
Em casos de doenças recessivas, onde a criança pode ser portadora de um gene e não apresentar a doença, é importante saber, para futuros estudos genéticos, quando este bebê tiver filhos.
A margem de erro é quase nula, porém a capacitação e qualidade de trabalho da equipe médica fazem a diferença na credibilidade do resultado.
O teste ampliado ainda não está disponível na rede pública de saúde. Mas, normalmente, nas maternidades são oferecidos aos pais para que optem por sua realização. O Sistema Único de Saúde (SUS) desenvolveu o Exame do Pezinho Plus que é ainda mais completo e específico, contudo com pouca utilização.
Para zelar a vida dos bebês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) exige que todas as instituições passem aos seus pacientes informações básicas que influenciarão na saúde dos pequenos. Não perca a oportunidade de aprofundar essas informações e ter a certeza que a saúde do seu filho será um sucesso!