Especialistas também explicam quais as opções de tratamento
Endometriose representa uma afecção ginecológica comum, atingindo de 5%-15% das mulheres no período reprodutivo e até 3%-5% na fase pós-menopausa. Estima-se que o número de mulheres com endometriose seja de sete milhões nos EUA e de mais de 70 milhões no mundo. Em países industrializados, é uma das principais causas de hospitalização ginecológica. Apesar disto grande parte destas mulheres não tem o diagnóstico da doença, o qual pode demorar até 10 anos após o início dos sintomas. A enfermidade é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio (camada interna funcional do útero) em localização extrauterina, principalmente nos órgãos e estruturas da pelve feminina e as causas ainda são desconhecidas.
Sintomas
A endometriose pode causar dor (na forma de cólica menstrual, dor durante as relações sexuais, dores lombares com irradiação para membros inferiores, dores e alterações dos hábitos intestinal e urinário, etc) e/ou infertilidade. “Quando assintomática é diagnosticada acidentalmente durante exames de rotina”, explica o ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, Alfonso Massaguer, da Clínica Mãe em São Paulo.
A doença é uma das principais causas de infertilidade na mulher. Inclusive, muitas só descobrem que possuem a doença ao tentar a gravidez sem sucesso. Isto acontece porque a endometriose compromete as trompas, órgão responsável pela condução do óvulo ao útero, além de estar relacionada a alterações funcionais e da qualidade dos óvulos liberados pela reação inflamatória local o que dificulta a gestão.
Tratamento
Quando necessário, o tratamento pode ser realizado com medicações e/ou cirurgia. As principais medicações são diferentes tipos de hormônios que visam o bloqueio do estímulo hormonal existente sobre as lesões endometrióticas, e não são indicadas para mulheres que desejam engravidar, pois estes remédios também têm ação anticoncepcional. “Os efeitos do tratamento são variáveis e costumam permanecer apenas durante o tempo de uso dos mesmos. Atualmente, os resultados mais duradouros e eficazes costumam ainda advir do tratamento cirúrgico”, acrescenta Dr. Vamberto Maia Filho, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana da Clínica Mãe.
A cirurgia avançada para tratamento da endometriose pode ser realizada por laparoscopia. Recentemente, relata-se também o uso da cirurgia robótica para tratamento da endometriose. Exames complementares, como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética, permitem uma adequada avaliação da extensão das lesões e planejamento cirúrgico apropriado, quando realizados por profissionais experientes na área.
“O resultado cirúrgico final dependerá, fundamentalmente, da adequada avaliação clínica e laboratorial da doença no período pré-operatório, da experiência da equipe cirúrgica, e da extensão da ressecção das lesões. Todos estes aspectos devem ser discutidos com seu médico previamente à opção pela realização de cirurgia”, finaliza Dra. Paula Fettback, ginecologista e obstetra da Clínica Mãe.
Clínica Mãe
Fonte:
Dr. Alfonso Araújo Massaguer – CRM 97.335
É Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e Especialista em Reprodução Humana pelo Instituto Universitário Dexeus – Barcelona. Dr. Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. É professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU e membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida e autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina.
Dra. Paula Beatriz Fettback – CRM 117477-SP
Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (2004). Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana. Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan – USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP. Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Dr. Vamberto Maia Filho
Possui graduação em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (2004) e em Reprodução Humana (2005) pelo Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP). Possui título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO/TEGO – 2004) e em endoscopia ginecológica (FEBRASGO -2005). Atualmente é sócio do grupo MAE (Medicina e Atendimento Especializado). Médico do setor de Ginecologia-Endócrina da UNIFESP com ênfase no ensino com linha de pesquisa em implantação embrionária. Responsável pelo ambulatório de hirsutismo do setor de Ginecologia-Endócrina da UNIFESP. Doutor pela UNIFESP. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva – ASRM. Membro da Sociedade Européia de Reprodução Humana – ESHRE.