Otite é uma inflamação no ouvido ocasionada pelo acúmulo de líquido no sistema auditivo. Apesar de ser simples infecção, a doença pode ocasionar desde uma perda momentânea até uma perda permanente de audição.
Estudos apontam que a otite média atinge aproximadamente 90% das crianças com até sete anos. No inverno a doença é mais frequente. De acordo com as estatísticas, 75% das crianças poderão apresentar o mesmo problema até três vezes durante um ano.
Portanto, atenção nunca é demais. A perda de audição provocada por otite é geralmente momentânea e reversível, mas se for constante e não tratada adequadamente pode tornar a perda de audição irreversível.
“Por isso, toda criança deve fazer um teste de audição antes de entrar em período escolar. As perdas auditivas causadas pelos quadros de otites podem provocar atrasos no desenvolvimento da linguagem, distúrbios de fala e menor habilidade no aprendizado. Os pais devem ficar atentos se a criança parece muito distraída, não responde logo quando chamada e assiste à TV em volume alto, por exemplo”, alerta a fonoaudióloga Isabela Gomes, do Centro Auditivo Telex.
Segundo a especialista, quando uma criança tem otite, a fisiologia do ouvido para de funcionar. Normalmente, depois de um tempo, se for tratada adequadamente, pode haver melhora, mas nem sempre é assim. Se o pequeno não respira bem pelo nariz, essa comunicação fica prejudicada, devido à tuba auditiva, que é um canalzinho que liga o nariz ao ouvido. Quando ocorrem muitas otites, esse canalzinho permanece entupido, não drena a secreção que se forma, e então, se acumula dentro do ouvido, diminuindo a audição.
“Quando a perda auditiva é irreversível, o uso de aparelhos é a única solução para a criança ouvir e não ter comprometido o seu desenvolvimento e desempenho escolar”, explica a fonoaudióloga.
Muitas vezes, é difícil suspeitar de um quadro de otite. No entanto, existem alguns sinais, como febre, irritação, dor de ouvido, presença de líquido saindo da orelha, falta de atenção e sensação de ouvido tapado. Além disso, algumas medidas são úteis para se evitar o problema, como não usar cotonetes, grampos e outros objetos para limpar o ouvido. Eles podem empurrar a cera em direção ao tímpano, ferindo-o.
“Os pais também devem estar atentos ao problema se os filhos praticam natação. Nesse caso, é indicado o uso de protetores para evitar a entrada de água nos ouvidos. O uso do protetor auricular promove o vedamento do conduto auditivo”, conclui Isabela Gomes.
No Brasil, três em cada mil crianças possuem algum tipo de deficiência auditiva. De acordo com a ONU, aproximadamente 1,5% da população nos países subdesenvolvidos têm problemas de audição.