Um dos maiores desafios que os pais enfrentam no processo de criação dos filhos é determinar o início de sua vida escolar. Qual a melhor idade para começar? Qual metodologia de ensino? Que tamanho de escola? São apenas algumas das inúmeras dúvidas.
Segundo a Alessandra Robles Lopes, o mais importante a ser levado em consideração na escolha da escola é avaliar não apenas o conteúdo pedagógico, mas se os valores sociais, morais, psicológicos, familiares e até religiosos são compatíveis com a família e com aquilo que a criança está aprendendo dentro de casa.
Portanto, é fundamental que a criança não seja inserida num ambiente escolar que lhe mostre de forma diferente como é o mundo ou como ela deve se comportar diante de determinadas situações. “Ela precisa de modelos firmes e coerentes e a escola deve ser aliada da família nesse contexto”, completa.
A partir dos dois anos de idade o pequeno já mostra maior prontidão diante de desafios sociais. Já tem mais noção de si e do outro, reconhece a existência do mundo. Embora ainda não saiba exatamente como estabelecer trocas com ele, mostra desejos de se relacionar com o outro.
“Nessa fase, a escola pode estimular o amadurecimento social da criança, favorecendo em seu crescimento psicológico, afetivo e social”, diz a psicóloga. Porém, cada criança apresenta um tempo único de prontidão, de amadurecimento emocional e os pais devem respeitar as necessidades individuais de seus filhos. “Forçar o amadurecimento pode fragilizá-lo ainda mais e dificultar o seu processo de desenvolvimento.”
Além disso, deve-se considerar também as necessidades de cada família. Existem casos em que os pais não podem esperar o sinal das crianças de que já estão prontas para frequentar a escola e, assim eles devem procurar um lugar que acolha e compreenda que aquela criança ainda está imatura e com dificuldades de relacionar-se com o mundo.
“Uma escola pequena pode ser mais acolhedora e mostrar-se bastante segura para a criança, facilitando seu processo de adaptação e amadurecimento”, aconselha Alessandra. “Vale ressaltar que não existe problema em coloca-la escola precocemente, desde que ela tenha suas necessidades atendidas e que a sensação de segurança obtida em casa seja seguida pela escola.”
Segundo Alessandra, ao visitar uma escola, converse com a orientadora pedagógica sobre as características da instituição, suas prioridades educacionais e métodos pedagógicos, pergunte como lidam com os aspectos emocionais das crianças e se a escola tem uma psicóloga especialista em educação infantil que possa esclarecer suas dúvidas. Peça para conhecer a escola e suas dependências durante as atividades. Observe às crianças, suas expressões faciais, a postura dos professores e se possível converse com algum aluno.
A criança precisará de um tempo para aceitar a nova condição, portanto choros e crises de birra fazem parte. “Os pais têm que ser persistentes, afetivos e compreensivos, mas podem ter certeza de que a criança logo perceberá que o mundo escolar é muito gratificante”, conclui Alessandra.