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Depressão pós-parto precisa ser tratada com psicoterapia

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Depois da alegria pode vir a depressão. É comum as mulheres curtirem a gravidez com intensidade, comprar roupinhas, mamadeiras, móveis para o quarto do bebê, enfim, focar seus pensamentos e ações para a chegada do herdeiro. Mas, o que elas não sabem é que essa euforia pode acabar. Depois do período da gestação e após o parto acontecem várias transformações emocionais na mulher, por conta dos hormônios em transformação: profunda tristeza, mudanças físicas, ansiedade, medo, entre outros. Em alguns casos, estes sentimentos vão embora rapidamente; no entanto, em algumas mamães eles permanecem por um longo tempo, caracterizando a depressão pós-parto (DPP), uma condição séria que requer tratamento médico imediato.

Segundo Maura de Albanesi, psicoterapeuta, pós-graduada em Psicoterapia Corporal, Terapia de Vivências Passadas (TVP), Terapia Artística, Psicoterapia Transpessoal e Formação Biográfica Antroposófica; Master Pratictioner em Neurolinguística; e mestranda em Psicologia e Religião pela PUC, a depressão pós-parto afeta mulheres de todas as idades, classes sociais e etnias. Qualquer mulher que está grávida, teve bebê nos últimos meses, sofreu aborto ou recentemente parou de amamentar, pode desenvolver o distúrbio. “Há mulheres que sentem os sintomas típicos deste distúrbio e não sabem que se trata de um problema sério e precisa de tratamento imediatamente”, diz a psicoterapeuta.

Durante a gravidez, a quantidade dos hormônios estrogênio e progesterona aumentam consideravelmente. Nas primeiras 24 horas após o parto, a quantidade desses hormônios cai bruscamente e continua a baixar até atingir o nível anterior à gravidez. Pesquisadores acreditam que essas mudanças hormonais possam ocasionar a depressão, uma vez que pequenas alterações nos níveis de hormônios podem afetar o humor da mulher antes da menstruação.

Outra situação que pode causar a depressão é a falta de atenção dada à mulher após o nascimento da criança, isto é, durante a gravidez, todos os mimos e carinhos são voltados para a mãe, depois que o bebê vem ao mundo, entretanto, os olhares dos parentes, amigos e, até mesmo do marido, são para o recém-nascido. Dica para os papais e para as visitas: dê muito carinho para a mamãe.

A depressão pós-parto possui características semelhantes de uma depressão normal, ou seja, a pessoa sente uma tristeza muito grande, com perda de auto-estima, além da perda de motivação para a vida, podendo até mesmo tentar o suicídio. Porém, os sintomas são mais acentuados, com maior irritabilidade, mudanças bruscas de humor, distúrbio do sono, indisposição, doenças psicossomáticas, desinteresse pelas atividades do dia-a-dia, sensação de incapacidade de cuidar do bebê e desinteresse por ele, chegando ao extremo de pensamento suicidas e homicidas em relação ao bebê.

Tratamento

Além de antidepressivos, a psicoterapia é bastante importante neste momento, pois ajuda a trabalhar as razões por estar deprimida, por se achar incapaz de cuidar do bebê, por não conseguir se sentir feliz. A medicação fará o metabolismo cerebral voltar ao normal, mas a paciência é a melhor aliada, pois o tratamento requer tempo. “A depressão não é sinal de fraqueza de caráter e nem passa só com “pensamento positivo”. A pessoa com este problema geralmente está indecisa. Alguém tem que tomar decisões por ela, inclusive para começar o tratamento, para contratar uma babá ou uma ajudante. Portanto, o apoio da família é relevante e primordial para a pessoa reagir”, completa Maura.

Veja algumas dicas da Dra. Maura para amenizar o problema:

• Descanse quando o bebê estiver dormindo;

• Pare de colocar pressão sobre si mesma para fazer tudo em um único dia. Faça o que for possível e deixe o resto para amanhã;

• Peça ajuda para os afazeres domésticos e para cuidar do bebê;

* Não fique muito tempo sozinha. Saia de casa, faça uma caminhada.
Distraia-se!;

• Passe algum tempo sozinha com seu companheiro;

• Converse com o seu médico sobre o tratamento. Não fique constrangida em falar sobre suas preocupações;

• Converse com outras mães, de modo que possa aprender com outras experiências.