Muitas mulheres passam boa parte da vida esperando momento ideal para engravidar do primeiro filho, mas e quando o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto vêm ao mesmo tempo? As chances variam de mulher para mulher e de casal para casal, seja por uma gravidez natural ou por fertilização in vitro.
As chances de obter uma gestação múltipla de forma natural é de uma em cada 80. Já por fertilização in vitro, os avanços na medicina permitiram implantar menos embriões no útero sem derrubar a chance de ao menos um vingar. Se no passado a fertilização in vitro bem sucedida, com ao menos dois bebês, girava em torno de 50%, atualmente, na Europa que é utilizado mais a transferência de um embrião único, a chance gira em torno de 26%. Já no Brasil, a possibilidade de ter uma gestação múltipla ainda é alta, 42%. “Este tipo de gestação está muito mais vinculado à hereditariedade, a um histórico familiar, do que relacionado propriamente a fertilização in vitro, já que ela contribui de uma maneira muito discreta”, explica Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução humana e diretora médica do Vida- Centro de Fertilidade.
Seja de forma natural ou por fertilização, a gestação múltipla acarreta muitos riscos tantos pra mãe quanto para os bebês: “a prematuridade extrema é uma das principais complicações da gestação múltipla. Além dela, existem várias outras, como hipertensão, diabetes gestacional, chance de doenças endócrinos como hipotireoidismo, e a própria prematuridade extrema, que são os bebês que nascem antes de 28 semanas, geralmente com menos de 1kg. Por isso é que a gente evita a transferência de vários embriões com medo dessas complicações que podem acontecer nessa gravidez múltipla. Inclusive já existe uma política pelo mundo, que em breve o Brasil vai aderir, é a transferência de embrião único”, afirma a médica.