Se o bebê nasceu, o parto acabou e há um fluxo vaginal parecido com a menstruação, não se assuste é a chamada loquiação. Ela ocorre, principalmente, devido à contração do útero, que está voltando ao volume e posição normal com o objetivo de diminuir a área de sangramento.
De acordo com o ginecologista e obstetra Franco L. Chazan, a loquiação possui três fases nas quais a secreção muda de cor indicando os estados da cicatrização. Até o quarto dia, após o parto, consiste de sangue, restos de decídua, células epiteliais, e muco com cor bastante avermelhada. Do quarto ao décimo dia, o vermelho se torna mais escuro, característico de alterações de hemoglobina, redução do número de hemácias e aumento de leucócitos. A partir daí fica amarelado e, progressivamente, próximo à sexta semana, torna-se branco, parecido cada vez mais com a secreção cervicovaginal normal.
“Eventualmente a cor avermelhada mantém-se por largo período. Sua persistência por mais de duas semanas, entretanto, constitui indício de retenção de pequenos fragmentos de placenta”, afirma. Se isso acontecer, a mamãe precisa procurar um médico.
Segundo o especialista, a maior eliminação dos lóquios ocorre nas primeiras 70 e/ou 90 horas após o parto. “Entre os primeiros dias elimina-se, aproximadamente, 225 gramas de lóquios. É comum que as mamães lactantes eliminem maior quantidade, pois a amamentação estimula ainda mais esse processo de recuo do útero. Nos casos de cesárea e mulheres que já apresentavam fluxo menstrual metrorrágico (hemorragias intermenstruais), o volume também é maior. Para as pacientes com infecção endometrial ocorre a redução da loquiação”, explica o médico.
Para ajudar ainda mais as mamães na auto-observação durante esse período, o ginecologista explica que o odor da secreção é parecido com o de queijo bolorento, porém nos casos de infecções locais, pode alterar ficando mais forte, acusando que é hora de procurar orientação médica.