Slime é a “onda do momento” e envolve muita brincadeira e diversão, mas não isentas de riscos. No Brasil e em outros países, há relatos de intoxicações pelos ingredientes utilizados no produto, uma massa “colorida e gosmenta” que pode ser comprada pronta ou feita em casa. Existem diversas receitas para o slime caseiro (incluindo vários tutoriais no YouTube), cada uma buscando desenvolver diferentes cores, texturas e temas. Muitos dos ingredientes são relativamente benignos, mas alguns apresentam riscos significativos de toxicidade.
A receita combina ingredientes comuns, como cola branca escolar, água e uma substância ativadora que muda as características da cola, tornando-a elástica sem deixar que ela endureça. Podem ser adicionados corantes, espuma de barbear, glitter, esmalte, fragrâncias, miçangas, enfim, uma série de ingredientes que “personificam” o slime. A substância ativadora – o ácido bórico – geralmente é usada na forma do bórax em pó, mas também pode entrar na receita através do uso de soluções para lente de contato, água boricada ou detergentes.
Em sua maioria, os casos de intoxicação estão relacionados à ingestão das substâncias por crianças pequenas, pets e também por quem manipula o produto e coloca a mão suja na boca. Em baixas doses, o ácido bórico não costuma oferecer riscos à saúde, porém, por ser muito bem absorvido no sistema digestório, quantidades maiores podem causar vômitos, dor abdominal, diarreia, alterações neurológicas (dor de cabeça, irritabilidade ou sonolência profunda), queda da pressão arterial e até a morte. Pode, ainda, ser absorvido por inalação, pelas mucosas (passar a mão suja nos olhos), ou através da pele machucada.
O slime pode ser uma brincadeira saudável se forem seguidas normas de segurança para sua manipulação e preparo:
• crianças e adolescentes devem ser supervisionados o tempo todo por um adulto atento;
• deve-se evitar o uso dos ingredientes mais tóxicos (bórax, bicarbonato de sódio);
• ao manipular e preparar o produto, usar material descartável (talheres, espátulas, pratos);
• usar luvas (de preferência descartáveis e que não contenham látex, que podem ser substituídas por luvas de nitrilo ou silicone);
• mesmo que não manipulem todos os produtos, após terminar a brincadeira (e toda vez que mexerem no slime) todo mundo deve lavar muito bem as mãos e braços com água e sabão;
• armazenar o slime e os ingredientes em local apropriado e seguro (longe de crianças pequenas e pets);
• por último, mas não menos importante, limitar o tempo para confeccionar e brincar com o slime.
Departamento Científico de Segurança da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Fontes:
As autoras do texto são as médicas Dra. Tania M. R. Zamataro e Dra. Renata D. Waksman, do Departamento Científico de Segurança da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Citar também como fonte: blog Pediatra Orienta, que é uma iniciativa da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e de onde foi retirado o texto sobre o slime.
blog Pediatra Orienta (que é o Blog da SPSP e de onde foi retirado esse texto).