A gestação e a amamentação são períodos contraditórios para a mulher, porque trazem a mistura de sentimentos como alegria em ter o filho no útero e o medo da experiência ao mesmo tempo. Afinal, como lidar com tantas transformações? Neste momento, as prioridades da mulher mudam e ela precisa se dedicar quase que exclusivamente ao bebê. Com um turbilhão de mudanças, a mãe fica exposta a sinais de depressão, medo, angústia, alterações de humor, além de dores nas costas, edemas de membros inferiores, constipação intestinal, e ainda dores nos braços e ombros por carregar o bebê no colo. A maioria destes problemas é suportável e passageira. Mas o que fazer quando o problema persiste ou requer o uso de medicação?
O recomendado é procurar orientação médica. Durante a amamentação, os princípios ativos encontrados no medicamento ingerido pela mãe, podem ser ejetados no leite e repassados à criança. Nestas situações, as mulheres devem ficar atentas aos horários das mamadas e consultar o especialista para avaliar a concentração do medicamento no sangue. Em alguns casos, as mamas devem ser esgotadas e o leite descartado, afinal, todo cuidado é pouco!
Quando há necessidade de ingerir medicamentos ou chás fora da rotina ou comer algo diferente, é importante observar o comportamento do bebê. É possível que o remédio interfira na duração do sono da criança, deixe-o mais irritado e nervoso, além de provocar cólicas, diarreias, constipações e, inclusive, alteração na cor da pele e dos olhos, sintomas que geralmente estão relacionados à intoxicação medicamentosa. O ideal é que toda vez que houver necessidade de tomar um fármaco, a mãe prefira aqueles conhecidos de longa data e que possuem farmacovigilância amplamente reconhecida e com uma única substância na composição. Evite drogas com inúmeros princípios ativos porque, em caso de reações, fica mais difícil identificar qual componente foi o responsável.
Os cuidados também são válidos com relação aos anticoncepcionais. A amamentação provoca ausência de ovulação nos primeiros meses, mas chegando ao terceiro ou quarto mês do bebê, muitas mães voltam a tomar o medicamento para evitar nova gravidez. Neste caso, é importante consultar um ginecologista obstetra de sua confiança, para que ele recomende um anticoncepcional apropriado.
O leite materno é o melhor alimento para o bebê. Além de sais minerais, água, vitaminas, proteínas e lipídeos, contém anticorpos e funciona como uma vacina natural. É um momento valioso e único, no qual a mãe compartilha amor, carinho e saúde com a criança. Sendo assim, toda mãe não pode perder essa oportunidade. Procure profissionais de saúde que possam orientá-las com as melhores práticas, e lembre-se, cada gestação é única e a amamentação é resultado do milagre de vida. Não tenha medo e amamente!
Sobre o autor
Giovanna B. Digiovani Rossetti é farmacêutica bioquímica, professora e coordenadora do curso de Farmácia na Unopar de Arapongas.