1 – Meninas nascem com aproximadamente dois milhões de óvulos. Na adolescência, quando chega a primeira menstruação, esse número é reduzido para mais ou menos 400.000. Posteriormente, a mulher vai perder em torno de mil óvulos a cada mês (ciclo menstrual), até que nenhum reste ou “funcione”. Nesse ponto, a menopausa se inicia. O ritmo desta perda de óvulos inexorável durante o amadurecimento da mulher não é afetado pelas pílulas anticoncepcionais, gestações, suplementos nutricionais, estilo de vida ou aparência jovial.
2 – A maioria das mulheres (98%) é fértil no início da terceira década de vida (20 a 25 anos). No entanto, em torno dos 35 anos, a incidência da infertilidade cresce para aproximadamente 30%. Determinar quando cada mulher ultrapassa a fronteira entre a fertilidade e a infertilidade é um dos grandes dilemas que muitas enfrentam na vida, principalmente as que não conseguiram engravidar no seu momento biológico ideal. Este estado de “infertilidade” do ovário é o chamado “relógio biológico”, ou seja, quando o ovário começa a trabalhar de forma ineficiente rumo à sua falência. É o resultado direto do suplemento limitado de óvulos com o qual a mulher nasceu.
3 – O tic-tac do seu relógio biológico ovariano já começou a bater? Qual é a sua reserva ovariana? Muitos dos métodos usualmente utilizados para determinar a fertilidade feminina são incorretos e podem levar a tratamentos caros e ineficazes. Estes testes geralmente falham em mostrar a principal causa do declínio da fertilidade feminina: o envelhecimento dos ovários. Mais uma vez, é importante ressaltar: o envelhecimento dos ovários segue um ritmo totalmente desconexo do envelhecimento do restante do corpo da mulher. Uma avaliação com um especialista é importante no planejamento da vida familiar futura.
4 – Algumas mulheres se mantêm férteis nos seus quarenta, outras podem perder sua fertilidade aos vinte. Algumas pessoas têm que enfrentar doenças inesperadas e todas têm que enfrentar a idade, enquanto são pressionadas a postergar a gravidez por conta da profissão e encontros e desencontros de relacionamentos. Em 2019, 154 bancos informaram sua produção referente a 2018, o que representa 85,5% dos estabelecimentos cadastrados na Anvisa – e os números de ciclos de fertilização in vitro cresceu 18% no Brasil em 2018 – o que prova que a maternidade tem ficado cada vez mais para depois.
5 – Além disso, cada vez mais os oncologistas têm tido a consciência de orientar os pacientes sem prole definida a procurar ajuda no intuito de preservar sua fertilidade antes do tratamento para o câncer. Tratamentos, que incluem a quimioterapia e a radioterapia, ainda têm um efeito deletério sobre o aparelho reprodutor tanto do homem quanto da mulher, podendo causar infertilidade transitória ou permanente – algumas opções são o congelamento de sêmen, congelamento de óvulos e embriões, e no caso de crianças do sexo feminino, congelamento do tecido ovariano.