Professora de educação física ensina famílias a fazerem exercícios que contribuem com o desenvolvimento psicomotor dos bebês e crianças usando objetos simples que todos tem em casa, como fita adesiva, bexigas, almofadas, bolas e bacias plásticas.
As medidas preventivas para a contenção da disseminação da Covid-19 transformaram as famílias que passaram a adotar uma nova rotina que exige mais criatividade e mais tempo juntos dentro de casa. Quem tem criança pequena, sabe como é importante estimular os sentidos para um desenvolvimento psicomotor adequado.
Embora esteja com suas atividades presenciais suspensas em sua academia, a professora de educação física, segue oferecendo dicas de exercícios para crianças de 2 meses a 4 anos pelo seu canal no Instagram @meubabygymgoiania. Objetos e móveis disponíveis em casa servem de instrumentos eficientes e seguros para exercícios que contribuem com o desenvolvimento psicomotor de crianças.
É preciso dedicar-se cerca de 5 à 20 minutos apenas, a uma atividade física ou cognitiva, para garantir o mínimo de estímulo diário que as crianças precisam. “As crianças não têm alta capacidade de concentração como nós adultos, por isso esse tempo já é excelente”, detalha.
A primeira infância, público alvo da academia infantil, abrange a idade entre zero a cinco anos. É nessa fase que a criança se encontra mais receptiva aos estímulos vindos do ambiente e o desenvolvimento das habilidades motoras ocorre muito rapidamente. “Por isso é importante se dedicar um pouco aos exercícios que une a parte motora e psicológica. Os primeiros mil dias de vida (período que soma os 270 dias da gestação aos 730 dias até que se completa dois anos) são os mais importantes e servirá de base para toda sua evolução futura”, completa.
Marília explica que falta de espaço não é desculpa. Na academia, são usados espumados-específicos para crianças para o que eles chamam de “brincar livre”. “Em casa os instrumentos podem ser facilmente substituídos pelo sofá e travesseiros, que as crianças sobem e escorregam. A dica é para os pais criarem um circuito com almofadas e cadeiras para as crianças passarem por baixo”, que ainda completa: “Todas as atividades são possíveis até mesmo em apartamentos. Vale arrastar um sofá, tirar cadeiras do lugar. As atividades com água podem ser feitas no banheiro para minimizar a bagunça”.
Para cada idade- A partir dos 2 meses o bebê já deve receber estímulos. Até os 5 meses os chocalhos promovem a interação. “Quando elas passam a sentar e ter controle do pescoço, por volta dos 6 meses, brincadeira do carrinho de pano é super estimulante e divertida. Pegue um lençol ou uma toalha, coloque a criança em cima e puxe pela casa. Elas adoram e é garantia de sorrisos”, explica a educadora física da Baby Gym. Essas atividades também são adequadas para crianças de até 4 anos.
Em dupla – Para quem tem dois ou mais filhos, Marília orienta que sejam promovidas atividades que estimulem a socialização. A brincadeira de colar bolinhas na fita adesiva e a pesca de liguinhas é possível fazer coletivamente. É divertida e com produtos facilmente encontrados nas gavetas.
Os pais vão precisar de fita adesiva e bolas. Passa uma fita de um lado para o outro, pode usar cadeiras ou porta de correr, por exemplo. Depois as crianças têm que colar as bolas na fita. Se ela já entende cores, é a oportunidade de exercitar a memória. Para pescar linguinhas encha uma bacia de água e coloque pequenos elásticos de cabelo, palitos de picolé servem de varinhas. “Cores e quantidades podem ser os estímulos e quem pescar mais é o campeão”.
Gaste energia – A brincadeira Rebate com Balão é indicada para quem precisa gastar energia. Use um prato descartável preso a um palito de picolé como uma raquete. “A criança deve rebater o balão sempre que ele estiver caindo. Com essa brincadeira trabalha-se a coordenação motora, noção de espaço e equilíbrio”.
Caça ao tesouro – Em uma bacia coloque arroz ou qualquer outro grão. Coloque alguns brinquedos e utensílios que possam ter em casa para que a criança procure o objeto lá dentro. “Ao encontrar a peça a criança tem que contar uma história relacionada a ela. Essa brincadeira ativa a imaginação, o tato e a concentração das crianças. Depois é só lavar e cozinhar o arroz. ‘
Por mais que sejam fáceis, Marília explica que as atividades requerem um “vamos fazer”, tem uma preparação e envolve toda família. “É um momento importante que os pais e mães possam ensinar e envolver o filho em todo processo, desde a preparação até a brincadeira de fato. Tenho certeza que as famílias vão sair fortalecidas desse momento de crise. Com muito mais amor e empatia”.
Fonte: Fernanda Campos Miranda – jornalista e empresária.
Marília Rezende – Professora de educação física.