Andrezza Botelho, nutricionista de São Paulo, fala sobre como é possível manter a alimentação das crianças em dia mesmo com a rotina modificada pela quarentena
Estamos caminhando para os 60 dias de isolamento social por conta da pandemia do Covid-19. Esse momento transformou a rotina de todos e o grupo que mais sofre com tamanho mudança é a criançada. Sem aulas (ou com aulas em formato virtual) e impedidos de “gastar energia” ao ar livre, não é incomum que mães relatem aumento do apetite (haja mercado!) e dificuldade em manter uma alimentação saudável durante o período.
“Em primeiro lugar é preciso manter a calma. Deslizes na alimentação vão acontecer e tudo bem. As exceções existem, mas não devem virar regra. As crianças almoçaram hambúrguer e batatas fritas? Não se martirize; compense com um jantar caprichado. Equilíbrio (mental, inclusive) é a chave”, diz a nutricionista.
- Mantenha os horários de café da manhã, almoço e jantar: toda criança precisa de rotina estabelecida e, no momento, a rotina a ser controlada é a dentro de casa;
- Controle o número de “lanchinhos”: permita uma refeição leve entre café e almoço, outra entre almoço e janta e uma ceia antes de dormir. Fora esses momentos, evite;
- Apresente à criança pratos divertidos: faça da montagem do prato um momento de interação com os filhos; brinque de dar formato aos pratos, construir paisagem com vegetais… A internet oferece uma série de sugestões em redes como Pinterest, por exemplo;
- Faça acordo com as crianças: permita alguns “deslizes” – uma pipoca fora de hora, aquele salgadinho que elas tanto adoram… estamos em um momento que eles precisam de um pouco de flexibilidade vez ou outra;
- Disfarce alimentos de difícil aceitação: se a cenoura pode ser um impasse na hora da refeição, misture em um bolinho de arroz assado. A beterraba não faz sucesso? Misture no feijão. Muitas vezes é preciso disfarçar aquilo que a criança se recusa a comer;
- Aproveite o período para propor que provem novos alimentos: transforme a hora da alimentação em uma experiência prazerosa. Leve os filhos à cozinha, incentive-os a participar da elaboração do cardápio da semana e nessas situações, sugira criar o “Essa semana conheci….” fazendo um registro dos alimentos novos que provaram. É um material que podem, depois, mostrar aos amigos da escola.
Fonte: Andrezza Botelho – nutricionista e especializada em Transtornos Alimentares