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Internet vicia crianças e adolescentes, diz pesquisa

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier a análise comportamental da pesquisa revela que o aumento da conectividade seria uma boa notícia se a vida digital não apresentasse múltiplos desafios para a saúde sistêmica e visual.  Isso porque, o levantamento realizada com 2.954 participantes e seus respectivos pais ou responsáveis, mostra que entre 11 e 17 anos, 1 em cada quatro são viciados na internet. Por isso, não consegue controlar o tempo de navegação, o caminho mais curto para desenvolver olho seco independente da idade. Os sintomas elencados pelo médico são: vermelhidão, visão embaçada, sensação de areia nos olhos e dor de cabeça no final do dia. Isso acontece porque piscamos menos na frente das telas e a lubrificação dos olhos diminui. O tratamento, explica, pode ser feito com colírio lubrificante ou três aplicações de luz pulsada para  estimular a produção da lágrima, conforme o estágio da doença.

 Falta de sono

Outros 20% declararam deixam de dormir para navegar. “A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza que a falta de sono aumenta a obesidade, o risco de alterações emocionais, o stress oxidativo e a resistência à insulina que leva ao diabetes. “Não são problemas de saúde que surgem imediatamente. O efeito da falta de sono é cumulativo e por isso, nem sempre é levado a sério, da mesma forma que a falta de proteção contra a radiação UV (ultravioleta) emitida pelo sol’, afirma

Uma dica do oftalmologista para evitar a insônia é desligar o celular ou computador, no mínimo, uma hora antes de ir dormir. Isso porque, as telas emitem luz azul que inibe a produção da melatonina, hormônio indutor do sono. Outra é verificar se o celular tem filtro de luz azul embutido ou baixar o aplicativo F Lux disponível gratuitamente na internet.

 Depressão e ansiedade

A pesquisa também aponta que 21%, se sente mal quando não está na Internet ou se pega navegando sem o menor interesse e 24% acredita que passa menos tempo do que devia com os familiares, amigos ou estudando, claros sinais de ansiedade e depressão. “São alterações que precisam ser tratadas com um especialista em doenças psíquicas”, afirma. Vale lembrar, comenta, que o tratamento com medicamentos antidepressivos deve ser acompanhado também por um oftalmologista. Isso porque, nossos olhos têm receptores de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) contidos nos antidepressivos e ficam 15% mais propensos a desenvolvera catarata que têm como único tratamento a cirurgia, conclui.

Fonte: Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação

Foto: Divulgação