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As crianças precisam ir ao dentista antes de completarem um ano de idade?

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A cárie dentária é uma das doenças crônicas mais comuns na infância. O estímulo à saúde oral é de responsabilidade inicial do pediatra, juntamente com o odontopediatra

 

Embora muitos pais possam não saber disso. A cárie dentária é um problema comum nas crianças e sua prevalência está crescendo. A entidade sugere que a negligência em relação à primeira consulta dentária pode estar contribuindo para o aumento do problema.

A cárie está em ascensão entre as crianças. Quando ocorre em crianças muito pequenas (chamadas cáries da primeira infância), seu desenvolvimento pode ser especialmente rápido.

Alertamos que cárie dentária não tratada pode levar a novas infecções e, em alguns casos, à internação.

Uma das principais razões pelas quais uma doença evitável, como a cárie, está se tornando uma ameaça cada vez mais importante para a saúde,  é que as crianças não estão indo ao dentista no momento certo.

As crianças devem ter sua primeira consulta odontológica quando seu primeiro dente aparecer (o que geralmente acontece entre 6-12 meses de idade) e que o primeiro exame pode ser retardado, no máximo, até quando a criança completar um ano de idade.

A recomendação, no Brasil, é que seja feita uma primeira consulta com o odontopediatra a partir da erupção do primeiro dente, o que acontece por volta do 6º mês de vida.

“O trio :  consulta odontológica no tempo certo + bons hábitos alimentares + higiene bucal adequada pode retardar ou mesmo reverter a epidemia de cáries entre as crianças”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Cuidados orais e dentais também são responsabilidade do pediatra 

A cárie dentária ainda é uma doença oral infantil das mais prevalentes. O uso de antibióticos (especialmente a tetraciclina), que era, no passado, considerado um dos principais fatores desencadeantes dessa patologia já não pode mais ser acusado de vilão, visto já não ser mais recomendável para crianças abaixo dos 7 anos de idade.

“Atualmente, a alimentação inadequada, o uso de mamadeiras, mas, principalmente, a não prevenção adequada são aos principais fatores causadores das cáries em crianças. A avaliação da cavidade oral pelo pediatra deve contemplar a análise adequada dos dentes e das gengivas, bem como orientações que privilegiem os cuidados preventivos também no que diz respeito à dentição. Além disso, deve haver a recomendação de uma primeira consulta com o odontopediatra assim que nasça o primeiro dente (por volta do 6º mês, em média)”, explica Chencinski.

Os pediatras devem: 

  • Incentivar a redução da ingestão de açúcar pelas crianças (sabidamente, um dos maiores causadores de cáries);
  • Promover o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês;
  • Desencorajar as crianças a dormirem com a mamadeira (mamando);
  • Ensinar quem usa mamadeira a suspendê-la com 1 ano de idade;
  • Limitar a ingesta de sucos de frutas 100% naturais a não mais do que 120-180 ml por dia;
  • Encorajar a criança a beber apenas água entre as refeições;
  • Incluir as recomendações de prevenção de saúde oral nas consultas;
  • Estimular a escovação dos dentes, assim que eles erupcionarem, pelo menos duas vezes ao dia, com pasta de dente com flúor, na quantidade do tamanho de um grão de arroz cru até os 3 anos e do tamanho máximo de um grão de ervilha depois disso;
  • Supervisionar a escovação dos dentes até os 8 anos de idade.

 

“A cárie dentária é uma das doenças crônicas mais comuns na infância. O estímulo à saúde oral é de responsabilidade inicial do pediatra. Juntamente com os odontopediatras, temos o desfaio de eliminar esse mal, que começa pela boca, mas pode afetar outros órgãos e sistemas do organismo, algumas vezes de forma fatal”, alerta o pediatra.

Menos de 1% das crianças abaixo de um ano de passa em consulta com o odontopediatra

Há um erro de conceito a respeito de cáries em dentes de leite, “pois como eles vão cair não precisam ser tratados”. “Ao contrário do que se imagina, as cáries nos dentes de leite podem sim levar a quadros dolorosos, a dificuldades de alimentação, a interferências na nutrição e consequente crescimento inadequado, bem como a dificuldades de sono e alterações comportamentais”, informa o médico.

Fonte: Pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349)