A gravidez pode ser um alívio para as mulheres com essa doença neurológica crônica. Em contrapartida, 30% das gestantes mantém ou tem uma piora do quadro
A enxaqueca é uma doença neurológica crônica e hereditária que atinge aproximadamente 20% das brasileiras. Para a maioria delas, a gravidez pode levar a um alívio dos sintomas.
A responsável pela Clínica de Cefaleias do HCor Neuro, Dra.Thais Villa, explica que a mudança na frequência das crises de enxaqueca acontece pelas alterações hormonais que a mulher apresenta durante a gravidez. “O nível dos hormônios femininos ficam estabilizados durante a gestação e, assim, as crises tendem a diminuir”, esclarece a Dra. Thais.
Outra curiosidade é que após o parto acontece outra mudança no padrão hormonal da mulher, e essa ocorre de maneira mais aguda. Consequentemente uma nova mudança na frequência de crises acontece para muitas mulheres. “A maioria das mulheres melhoram na gestação, principalmente depois do segundo trimestre, mas pioram após o parto”, complementa a Dra.
Embora a alteração hormonal seja um dos gatilhos para as crises de enxaqueca, há outros como o estresse, cheiro forte, jejum prolongado, barulho, alimentos cafeinados e gordurosos e a bebida alcoólica. Adotar um estilo de vida saudável, com prática de atividade física regular e alimentação balanceada devem ser aplicadas na gestação e em qualquer outro período da vida.
O diagnóstico da enxaqueca é obtido por meio de uma consulta médica especializada. É feita uma entrevista detalhada com o paciente, para saber qual a frequência, intensidade e os sintomas da cefaleia, já que não há exame específico para detectar a doença. Depois disso, o médico indicará o melhor teratamento ao paciente.
Quando as crises persistem na gestação, algumas mulheres precisam readaptar o tratamento medicamentoso, a fim de não prejudicar o feto conforme orientação médica. Outras alternativas, como o repouso em ambiente silencioso e pouco iluminado, uso de bolsa de água fria e massagens, também podem ajudar para diminuir as crises.
“A mulher com enxaqueca, quando apresenta crises durante a gravidez, deve procurar um neurologista especializado em cefaleias, e não simplesmente “aguentar a dor”, enfatiza Thais. Esse profissional indicará tratamentos, tanto medicamentosos como medidas não medicamentosas específicas para essa fase da vida da mulher. “Ter cefaleias frequentes nesse período é um grande estresse e não é saudável para a gestação” finaliza a médica.
Riscos
Mulheres com enxaquecas devem atentar-se aos episódios de cefaleia com vômitos. “O risco da enxaqueca na gravidez acontece quando a dor aparece acompanhada de muitas náusea e vômitos, o que pode desidratar o organismo”, afirma Dra. Thais Villa.
Gatilhos frequentes
Os gatilhos da enxaqueca costumam variar, mas existem alguns que são frequentes. Veja a lista dos principais:
– Estresse;
– Barulho;
– Cheiro forte;
– Claridade;
– Atividade física praticada irregularmente;
– Jejum prolongado;
– Mudança de rotina de sono;
– Álcool;
– Mudanças hormonais da menstruação;
– Alimentos: Cafeínados, gordurosos e bebidas alcoólicas.
Fonte: HCor Neuro – Hospital do Coração