Sempre Materna

Gestação a dois: o pai na jogada

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Em tempos modernos, a gravidez não é exclusividade da mulher. O homem atual participa com muita proximidade da gestação e acompanha passo a passo as semanas de gravidez. Para o relacionamento do casal essa cumplicidade é muito importante.

Para a psicóloga, do ponto de vista fisiológico, durante a gestação o feto não só ouve a voz paterna como também sente, através dos batimentos cardíacos, produção hormonal e corrente sanguínea a influência que tanto o pai como o meio exterior exercem sobre a mãe, positiva ou negativamente.

“Antigamente, nos grupos de orientação compareciam apenas as gestantes. Hoje, são os casais. Os homens têm interesse e presença ativa, dúvidas e disponibilidade para partilhar o processo gestacional”, comenta Ivete Halpern.

O ideal é que o momento seja vivido com extrema felicidade. “Nesse aspecto, é preciso que a mulher tenha consciência de que o homem encara a gravidez de modo diferente. A maneira como o parceiro manifesta suas emoções pode não ser da forma ou na intensidade esperada, mesmo quando a gravidez é planejada. Às vezes, isso traz ressentimento para muitas gestantes e a emoção fica alterada”, explica a profissional

“A proximidade pai, mãe e filho é tema de importantes estudos na psicologia pré-natal, portanto, quanto mais direta e íntima forem às relações, maiores serão os benefícios emocionais para o bebê, que precisa tanto dos cuidados maternos quanto paternos. Carinho e atenção são gostosos de serem partilhados em todos os momentos da vida e não pode ser diferente numa fase tão importante para o casal”, aconselha Ivete Halpern.

A gestação no homem não é física, portanto, é importante criar um espaço para que ele possa também vivenciá-la. Convidar para acompanhá-la nas consultas, exames, escolhas e inúmeras decisões que a gravidez exige pode ser um bom começo. “A experiência mostra, diariamente, que o homem está aberto para fazer parte dessa relação que só trará alegrias, solidificação das estruturas e muita segurança para a família”, completa a psicóloga.

Pai no Parto

Se durante a gestação a ansiedade era grande, na hora do parto os índices são multiplicados. Respeitando-se os limites de cada um, o casal deve decidir sobre a presença do pai na sala de parto. “Homens que participam, atuam como excelente suporte emocional para a mãe. Outros não têm estrutura psicológica para a situação. Na realidade, os que decidem por estar ao lado da mulher relatam que vivenciaram a experiência mais linda de suas vidas”, conclui Ivete Halpern.

Dicas para participar do parto:

Calma é fundamental. Lembre-se que a situação é controlável e que tudo vai dar certo.

Informe ao médico o intervalo entre as contrações. Essa informação é muito importante para determinar a hora da internação.

Deixe para avisar a família quando tiver a confirmação de que chegou a hora do nascimento.

Permaneça ao lado da gestante durante as contrações.

Na sala de parto obedeça às determinações médicas, respeitando principalmente o espaço físico.

Após o nascimento, não abandone a mãe. Só fique ao lado do bebê se ela assim pedir.

Pode chorar se quiser.

Quando o bebê estiver novamente junto mãe, comemore com eles, toque, faça carinhos e fale o que sentir vontade.

Apresente com orgulho o novo membro à família.

Limite as visitas, mas aproveite o carinho dos familiares e amigos.

Fique na maternidade. A primeira noite dessa nova família será muito importante.