Amamentar é uma experiência rica e inesquecível e toda mamãe sente orgulho ao ver seu filho crescer com ajuda de leite materno. O início nem sempre é fácil, mas com paciência e dedicação a maioria das mulheres tem êxito nessa empreitada.
No entanto, muitas desconhecem o mecanismo da amamentação, como ocorre a produção do leite e também quanto tempo leva para o leite, de fato, descer. De acordo com a ginecologista e obstetra Arícia Giribela, as dúvidas são diversas, mas o segredo é um só: quanto mais o bebê sugar, mais leite a mamãe produz.
Processo de lactação
Comandado pela glândula hipófise, localizada no cérebro, o processo de lactação ocorre quando o seio materno é sugado. A mensagem da sucção é enviada para a hipófise e há a liberação de dois hormônios: prolactina, responsável pela produção do leite, e ocitocina, responsável pela ejeção do leite. “Logo após o parto, a prolactina começa a estimular as glândulas mamárias, por isso é importante colocar o recém-nascido para mamar o quanto antes, pois desencadeia o processo de produção e descida do leite”, diz a obstetra.
O que é colostro?
Produzido desde o final da gravidez e provavelmente durante todo o primeiro mês de vida do pequeno, o colostro é um leite especial. Entre o momento do parto e a apojadura (descida do leite), os seios ficam preenchidos pela substância. Amarelo e mais grosso que o maduro, é secretado apenas em pequenas quantidades. Rico em sais minerais, anticorpos, açúcares e água, contêm mais anticorpos do que o leite materno, por esse motivo é essencial para a criança.
É a primeira “imunização” para protegê-lo contra vírus e bactérias após o nascimento. “O colostro é também rico em fatores de crescimento, que estimulam o intestino imaturo da criança a se desenvolver”, explica a médica. O fator de crescimento prepara o intestino para digerir e absorver o leite maduro e impede a absorção de proteínas não-digeríveis. O colostro também é laxativo e auxilia a eliminação do mecônio (primeiras fezes), o que diminui a incidência de icterícia.
Passado esse período, inicia a apojadura onde as mamas aumentam, ficam mais pesadas e quentes. A mulher pode sentir ingurgitamento, dor mamária e calafrios. À medida que o recém-nascido começa a mamar, ocorre uma adequação da produção em relação à quantidade, ou seja, a mamãe passa a produzir a quantidade ideal de leite que o bebê ingere e esse processo diminui os desconfortos no momento de amamentar. No final do primeiro mês, o leite materno já é considerado maduro.
A amamentação é um aprendizado diário e, ultrapassadas as dificuldades iniciais, torna-se fonte de grande satisfação para a mamãe e o filho”, completa Arícia. O essencial é não desanimar caso tenha um começo tumultuado. É normal, fora rara exceções, sentir um pouco de dificuldade e dores no início da amamentação.