Após a resolução do CFM, mulheres se perguntam se há como aumentar as probabilidades de uma gravidez saudável
A maternidade tardia já é uma realidade no Brasil. Dentro deste tema, a novidade é que desde a última resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), as mulheres com mais de 50 anos que queiram engravidar poderão utilizar as técnicas de reprodução assistida, desde que assumam os riscos do procedimento.
Em outras palavras, isso significa que elas não precisarão mais de autorização dos conselhos de medicina para fazer o tratamento para engravidar, como acontecia antes dessa atualização. Mas de qualquer forma, precisarão assumir junto aos médicos que as acompanham os riscos dessa fertilização in vitro. “Essa decisão mostra uma nova realidade que já estamos vivendo: mulheres que optam pela maternidade tardia. Mesmo após os 50 anos, uma mulher pode ter uma gravidez saudável desde que sempre acompanhada por uma equipe médica”, destaca Dr. Fabio Cabar. De acordo com ele, cada caso precisa ser analisado individualmente.
Com mais de 50 anos, uma mulher tem 60% a mais de chance de ter um bebê prematuro, além de ter complicações como pressão alta e diabetes gestacional. Dr. Fabio Cabar explica, no entanto, que há como reduzir, e muito, essa probabilidade. “Hoje, vemos mulheres de 50 anos com uma saúde exemplar, mas antes de qualquer procedimento é preciso realizar alguns exames para avaliar as condições do casal. Algumas características e hábitos como dieta equilibrada, peso adequado, prática de atividade física, não ingestão de bebidas alcoólicas e não fumar aumentam a probabilidade de uma gestação saudável”, afirma.
A nova resolução do CFM ainda trouxe outras novidades: a partir de agora, casais de mulheres poderão ter uma gestação compartilhada. “Nesse caso, o óvulo de uma das mulheres é implantado no útero da outra após ser fecundado pelo espermatozoide de um doador”, explica Dr. Cabar. Outra mudança anunciada diz respeito à doação de óvulos, que agora passa a ser permitida apenas às mulheres que estejam fazendo tratamento para engravidar. “As resoluções acompanham as mudanças culturais pelas quais estamos passando”, conclui Dr. Cabar.
Fonte: Doutor Fabio Cabar Obstetra e Ginecologista pela Universidade de São Paulo e especialista em Reprodução Humana