Criar estratégias é a melhor maneira para moldar o “jeitinho” dos pequenos
Educar os filhos é um aprendizado diário e não existe manual que diga o que fazer e como fazer. As atitudes dos pais são importantes balizadores na formação da criança e, por isso, as ações devem ser sempre bem pensadas. Afinal, a personalidade deles é moldada durante seu desenvolvimento e depende do ambiente em que vive. O bebê cercado de carinho e atenção tende a ser tranquilo e amoroso. Contudo, se em seu meio há hostilidade, é comum que corresponda igualmente.
Para a psicóloga do Hospital e Maternidade Rede D’Or São Luiz, Heloisa Chiattone, a criança é um ser único que depende da linguagem afetiva e orientação da família para modular seu comportamento. “Eles precisam de limites que devem ser impostos explicitamente, mas não de forma agressiva. Deixar de castigo ou utilizar qualquer tipo de estratégia ameaçadora não são medidas efetivas”, explica.
Outro ponto que torna a tarefa de disciplinar o bebê mais árdua é o fato de passar muito tempo longe de casa, devido às atividades profissionais e obrigações cotidianas. Isso faz com que os pais admitam atitudes consideradas incorretas, como birras, o que pode levar ao mecanismo de compensação para acobertar qualquer sentimento de culpa.
Devido à aceitação, a partir do momento que o pequeno não consegue o que quer, sua conduta muda. “É a lei de ‘ação-reação’, ela aprende que esse é o caminho mais adequado a seguir para conquistar seu objetivo, seja uma bala ou um brinquedo. Se não houver orientação, o comportamento passa a se repetir”, diz Heloísa.
Disciplina é estratégia
Na busca por direcionar e educar os filhos, a família se utiliza de princípios morais, para garantir que sejam independentes, tenham autonomia e sejam responsáveis. Na tentativa de suprimir a desobediência e impor regras de um jeito ameno, há técnicas que podem ser utilizadas como base orientadora. São elas:
ü Estratégia indutiva: mostra as consequências do comportamento em relação a outra pessoa e explica de forma lógica que aquilo que está fazendo não é correto, ou seja, algo precisa ser mudado. “Desta forma, a criança consegue com mais clareza entender a informação transmitida no sentido de causa e efeito”, completa Heloisa.
ü Estratégia coercitiva: caracteriza-se pela aplicação direta da força, incluindo punição física, privação de privilégios e afeto, ou pelo uso de ameaças dessas atitudes. Esta é a maneira mais utilizada para impor limites, contudo, há risco dos filhos produzirem emoções intensas como, medo, raiva, ou mesmo ansiedade. “Esses medos dificultam a compreensão sobre a situação e faz com que não entenda que determinada privação é devida ao mau comportamento. Além disso, pode transmitir a ideia de que para conseguir atenção dos pais, deve fazer provocações”, diz a psicóloga.
Dicas
Chiattone dá três dicas que podem ajudar a encontrar a melhor forma de educar os filhos:
1 – Reconheça as dificuldades;
2 – Elucide-as (reconhecer essas especificidades na própria família e com a ajuda e orientação de um profissional);
3 – Enfrente a situação com tranquilidade e afeto.
Famílias Modernas
Mesmo quando há separação do casal, as regras devem ser mantidas. É preciso que ambos entrem em acordo quanto à disciplina, para evitar mudanças de comportamento e aprendizagem da criança.
Fonte: Sempre Materna