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Acompanhamento psicológico na gestação pode evitar depressão durante a gravidez e no pós-parto

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A gestação é um período em que a mulher passa por uma série de transformações. Além das alterações visíveis que o corpo sofre, mudanças psíquicas comportamentais são naturais a este momento. Afinal de contas, ter um filho pressupõe muita responsabilidade e as questões relacionadas à maternidade passam a fazer parte de suas preocupações cotidianas.

 

A psicóloga do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, Patricia Bader, explica que é normal as gestantes sofrerem oscilações de humor, ficarem mais introspectivas e sensíveis a assuntos que até então não eram de grande importância. O choro, assim como a irritação, tem um tempo menor de resposta e não é raro as futuras mães se emocionarem com mais frequência. Por outro lado, outras percebem que ficam mais calmas, uma vez que assuntos externos passam a não ser tão relevantes. “Muitas gestantes relatam que se deram conta de que estavam grávidas porque apresentaram aumento no sono e no apetite. Sabores e cheiros se acentuam e também por isto, surge o desejo por algum alimento ou a repulsa a ele”, afirma.

 

A percepção do corpo, assim como o sentimento em relação a ele, também se altera. “Em algumas mulheres, estas transformações despertam alegria enquanto em outras elas representam uma deformação, uma violência contra si”, explica.

 

Patricia Bader afirma que estas mudanças psicológicas durante a gravidez são muito estudadas, já que cada sujeito é único e vai viver sua gestação a partir da sua história e das suas relações atuais. “Estas alterações são previstas, mas nem todas as mulheres vão passar pelas mesmas situações e nem todas reagirão da mesma forma. Algumas lidarão bem com estas transformações, outras poderão desenvolver algum transtorno psicológico.”

 

Acompanhamento psicológico

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% das gestantes e 13% das mulheres que acabaram de dar à luz apresentam algum tipo de distúrbio mental – principalmente depressão. Entre os sintomas mais comuns estão tristeza, baixa autoestima, cansaço, perda de interesse e ausência de prazer.

Por este motivo, o acompanhamento psicológico é recomendado, inclusive de maneira profilática. “O psicólogo é um profissional da área da saúde mental. Ele não atua apenas quando há um problema, mas se ocupa da promoção de saúde. O que está em jogo não é uma patologia, mas um momento importante e diferente da vida da mulher, a fim de prevenir eventuais enfermidades patológicas. Nos cursos de gestantes, por exemplo, o psicólogo está presente para promover a saúde mental da família.”

Porém, a especialista ressalta a importância de não negligenciar sinais psicopatológicos que ocorrem durante a gravidez. “Problemas que se acentuam na gestação não se resolvem ao final dela. Eles aumentam a possibilidade de a mulher desenvolver um quadro patológico quando a criança nasce. O que era da ordem da fantasia ganha status de realidade”, conclui a psicóloga.

 

Fonte: Patricia Bader – HD Comunicação – Hospital São Luiz