Se todas as crianças fossem exclusivamente amamentadas com o leite materno durante os seis primeiros meses de vida e continuassem a recebê-lo até os dois anos de idade, quase um milhão e trezentas mil delas poderiam ser salvas todos os anos e outros milhares cresceriam mais saudáveis em todo o mundo.
Os direitos da mulher trabalhadora que amamenta, na realidade não é um direito dela. Antes de tudo é um direito das cidadãs e cidadãos menores de dois anos de idade de serem saudáveis, como prevê o Artigo 227 da Constituição Brasileira, que estabelece ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, entre outros, o direito à vida, à saúde e à alimentação.
Para combater doenças consequentes à nutrição inadequada em crianças com menos de dois anos de idade, a prática do aleitamento materno deve ser incentivada e protegida. Essa é uma atitude que resultará em benefício para todos, como a economia com medicamentos, exames e internações, e mais ainda – a mãe que amamenta, deste modo dando-lhe carinho e proteção, oferece um importante fator para o desenvolvimento da inteligência emocional da criança, que aprende a regular as emoções em si próprio e nos outros e, desse modo, tornar-se pessoa com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão e gentileza, que têm mais chances de obter o sucesso.
Para as empresas, para a sociedade e para o Estado, assegurar o aleitamento materno até os dois anos de idade não é uma despesa, mas um investimento, pois promove a criação de cidadãos mais saudáveis e mais aptos para contribuir na construção de uma sociedade melhor.
Fonte: Mário Roberto Hirschheimer, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) – Assessoria de Imprensa: Giulianna Muneratto, Júlia Arneiro, Kelly Silva e Chico Damaso