Para dar certo o compromisso é de todos” e para auxiliar as mães, especialista responde às principais dúvidas.
Após o fim da licença-maternidade continuar amamentando requer planejamento. A tarefa costuma afligir muitas mulheres em um momento que já é delicado por implicar na separação de mãe e filho. A legislação trabalhista em vigor ainda prevê dois intervalos para amamentação, de meia hora cada, durante a jornada de trabalho, até que a criança complete seis meses. Pausas inviáveis para a maioria das mulheres, por causa da distância a ser percorrida entre o trabalho e casa, algumas mães usam os períodos para negociar com o empregador outros arranjos, como entrar uma hora mais tarde ou sair uma hora mais cedo.
Para auxiliar as mulheres nesse momento difícil, respondemos às principais dúvidas:
Para a coleta e armazenamento de leite a mãe precisa de frascos esterilizados
Para esterilizar os frascos de vidro com a tampa plástica é preciso fervê-los por 15 minutos – comece a contar quando a água começar a borbulhar. Deixe secar a temperatura ambiente, não é necessário secar com panos ou fraldas. A coleta de leite pode ser feita por expressão manual e bombas manuais ou elétricas (se optar pelo uso de bombas, lembre-se de que estas também deverão ser esterilizadas da mesma forma do que os frascos). Após a coleta, o leite deve ser imediatamente congelado. Não se esqueça de identificar com a data da coleta. Vai realizar uma nova ordenha? Esterilize um copo de vidro ou um outro recipiente de vidro, realize a coleta e ao fim poderá colocar este leite líquido por cima do leite já congelado sem problema.
Já sabe a data exata de retorno ao trabalho? Melhor se planejar com antecedência
Para não precisar correr contra o tempo, o ideal é um planejamento com o mínimo de antecedência, afinal a ideia é deixar leite armazenado para o seu bebê enquanto você estiver no trabalho. Aproveite também para se informar junto ao serviço de recursos humanos da sua empresa se eles oferecem uma sala de apoio à amamentação. Você pode começar a retirar seu leite com pelo menos 15 dias de antecedência e o leite deve ser mantido congelado. Não é necessário encher os potes até a boca, mas apenas com o volume ideal para uma ou duas mamadas, você pode colocar mais de uma ordenha no mesmo frasco, o mais importante é identificar a data da 1ª coleta, pois a validade do leite congelado é de 15 dias.
Psicologicamente, como os ambientes voltados para amamentação podem auxiliar essa mãe que precisa voltar a rotina de trabalho após ter bebê?
O ideal seria que toda empresa tivesse uma sala de apoio à mulher que retorna ao trabalho e ainda está amamentando o seu filho. Uma salinha com uma cadeira confortável, um freezer onde se possa armazenar o leite que ela irá retirar durante o expediente e uma pia para lavar as mãos é o suficiente para acolher esta mãe e garantir que seu filho continue recebendo o leite materno.
O armazenamento do leite nas creches é aconselhado?
O ideal é que a creche tenha um freezer/geladeira com um espaço exclusivo para o leite materno, onde a mãe ao deixar o bebê na creche também possa deixar o leite congelado e no decorrer do dia a funcionária responsável por esta criança degelaria o produto e o ofereceria. Esta ação é aconselhada desde que o profissional da creche entenda dos cuidados de manipulação do produto. Nós da Rede de BLHs estamos aptos a realizar treinamentos em creche para que se possa garantir por mais tempo a amamentação destes bebês.
A importância das salas de apoio à amamentação
Com essa iniciativa, o retorno das mães ao trabalho não se torna um momento tão doloroso, pois elas continuam amamentando e mantendo o vínculo afetivo e para os empresários também podem contar com a vantagem, pois a mãe cumpre toda a sua carga horária não necessitando sair mais cedo pois tem a certeza de que há leite em casa disponível para o seu bebê e também há menos faltas, pois o bebê amamentado adoece menos. Além de terem a oportunidade de continuar amamentando seus filhos pelo tempo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é até os dois anos ou mais.
Fonte: Danielle Aparecida gerente do Centro de Referência para Bancos de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz)