Psicopedagoga e fonoaudióloga ensina como os pais podem ajudar os filhos no desenvolvimento da fala
Ainda existem pais que acreditam que a escola é a única responsável pelo desenvolvimento da linguagem dos seus filhos. A psicopedagoga e fonoaudióloga Sheila Leal, no entanto, alerta para a necessidade de os pais saberem mais sobre o desenvolvimento infantil e participarem ativamente da evolução dos pequenos por meio de brincadeiras. “Existem algumas brincadeiras e atividades que estimulam as crianças de maneiras específicas, mas é claro que os pais que brincam de contar histórias, cantam músicas e estimulam os filhos a fazerem coisas novas tendem a ajudar muito no desenvolvimento”, explica Sheila.
As etapas do desenvolvimento
O primeiro ensinamento da psicopedagoga é sobre o estímulo para que as crianças falem. Assim que aprendem a apontar para os objetos, os bebês começam a pedir pelas coisas. “Gradativamente, quando perceber que ele começou a falar, estimule-o a fazer isso antes de realmente dar o que ele quer, seja o brinquedo ou a mamadeira”, sugere.
Sheila ensina que, antes dos cinco anos, é importante conhecer as etapas de desenvolvimento das crianças. Enquanto os primeiros 12 meses vão garantir aos bebês a noção do próprio corpo e da fala, sendo importante comemorar sempre que ele emitir sons, o período de 1 a 2 anos vai dar à criança a capacidade de emitir sons mais específicos e simples, como “ta”, da”, “ca” e “ba”, sendo que ao final deste período os sons de “s”, “v” e o anasalado do “nh” também começam a ser ditos. Porém, já é esperado que a criança elabore frases simples e tenha uma fala inteligível.
A fonoaudióloga também lembra que dos 2 aos 3 anos surgem os sons de “ti”, “di” e “ch”, e dos 3 aos 4 os pequenos começam a emitir os sons de “rr”, “lh”, além de começarem a falar frases com uso de plurais, participando de diálogos e sendo capaz de criar e recontar histórias com começo, meio e fim. “Até aos 4 anos e meio a criança pode desenvolver todos os sons da língua. ”, destaca.
Aos 5 anos , os pequenos já devem mostrar domínio dos encontros consonantais, falando sílabas como “pra” e “tra”, e devem saber realizar conjuntos de três comandos, como “vá até o quarto, abra a caixa e pegue o brinquedo verde”. “É nesta fase que eles começam a se apropriar do papel e do lápis para fazer a lição de casa, e também começam a resolver problemas, então é preocupante se eles começarem a chorar diante de toda dificuldade”, destaca a especialista.
Brincadeiras que ajudam
A especialista alerta que, mesmo que não haja dificuldades no desenvolvimento da linguagem, é possível fazer algumas brincadeiras que possibilitem à criança se apropriar da escrita e dos significados das palavras. “Brinque de falar palavras que comecem com Ma, Ca, ou Ba, por exemplo, e veja se seu filho se lembra das palavras que já conhece”, conta Sheila, que também sugere que as crianças ajudem a fazer a lista do supermercado. “Mesmo que seja só para escrever a letra inicial do produto, ou algumas palavras com erros, é importante que a criança tente”.
Por fim, Sheila indica brincadeiras de adivinhação, contar histórias e rimar. “Descreva um animal e peça para a criança adivinhar e depois peça para que ela faça o mesmo, comece contando historinhas e peça para a criança continuar, e procure encontrar palavras que formem rimas como nas poesias”. O importante, segundo a especialista, é que os pais participem de forma natural da diversão dos pequenos, evitando o excesso de brinquedos eletrônicos.
No caso de filhos que apresentam dificuldades, Sheila alerta que não existem regras e nem receitas. “Cada caso é um caso, e por isso é importante questionar sobre o comportamento e aprendizado da criança na escola, e ainda procurar pela ajuda de um profissional capacitado, da psicologia ou fonoaudiologia”, conclui.
Fonte: Sheila Leal – SIGMA SIX COMUNICAÇÃO