O som vindo do quarto do bebê durante a noite preocupa os pais. Quem acha que ronco é problema só de adulto está enganado. Os pequenos também costumam fazer parte dos ruídos noturnos.
Tania Sih, Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, autora de 23 livros em Otorrinolaringologia (inglês, português e espanhol) e Presidente do Comitê de Pediatra da Federação das Sociedades Mundiais de Otorrino, diz que as principais causas do ronco infantil são: rinite, carne esponjosa, gripes e resfriados. “Nesses casos, não há motivo para preocupação, pois desaparecem logo após o tratamento”, afirma.
Por estar relacionado à respiração das crianças, é comum o sono ficar mais agitado e o bebê respirar pela boca, sinal de que o ar passa com dificuldades pelo nariz e pela garganta. Para aliviar os sintomas, e ter uma noite tranquila, a especialista recomenda dormir de lado, expelir todo o catarro e limpar as narinas com hastes flexíveis com algodão nas pontas. “Para os bebês que ainda não sabem assoar o nariz, pode-se usar um aspirador que puxa a sujeira para fora”, sugere a Dra. Tania.
A otorrino alerta os pais que quanto mais cedo for feito o tratamento, melhores são os resultados. A respiração bucal faz os lábios ficarem entreabertos, com os dentes expostos, causa o ressecamento da região e a facilidade de doenças e dor de garganta. Além disso, provoca mudanças na estrutura óssea do palato e consequentemente na arcada dentária deixando os dentes mal posicionados.
O rostinho dos pequenos também pode ser sinal de noites barulhentas. “Os lábios e as bochechas ficam caídos e menos expressivos, o que dá a impressão de criança sonolenta e triste”, diz a otorrino. Para evitar outros possíveis transtornos, os tratamentos multidisciplinares (dentista, fonoaudiólogo, otorrinolaringologista, alergista, fisioterapeuta, nutricionista e pediatra) são fundamentais.