16 de ago. de 2024
Limites: uma velha questão, um novo problema
“O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração”
(O pequeno príncipe)
É a partir da narrativa do pequeno príncipe, que nos deparamos com um desafio, o essencial. Necessitando encontrá-lo primeiramente em nós e desenvolvê-lo, para posteriormente cativar ao próximo, auxiliando em seu crescimento e produzindo aquilo que está invisível aos olhos humanos.
Nesta situação, podemos nos deparar com o papel fundamental dos pais, que devem encontrar recursos para auxiliar o desenvolvimento dos seus filhos, agindo como autoridade e estabelecendo limites. Estas ações devem ser produzidas para o crescimento do outro, de maneira estimulante e motivadora.
Os limites, que muitas vezes são usados de maneira genérica, podem ser avaliados de diferentes ângulos, tanto positivos como negativos e alteram tanto o indivíduo que o produz quanto o que recebe. Considera-se os limites físicos e biológicos, culturais e estruturais, psicológicos e comportamentais, entre outros. Além de sua magnitude, que pode ser excessiva ou insuficiente, de acordo com a situação.
Os limites externos são necessários para sua interiorização, que consequentemente levam à proteção. Mas para isso, devem ser instruídas por indivíduos com autoridade, ou seja, que irão auxiliar o outro a se desenvolver.
Para se tornar uma pessoa de autoridade, é necessário alguns comportamentos como, o exemplo, a autenticidade, a relação de respeito e o encorajamento do espírito crítico. Nesta composição não pode faltar também a comunicação, coerência e compaixão, pois esta tríade corresponde ao pilar de essência, que move o indivíduo ao bem maior do outro.
É a partir dos itens supracitados, que a produção da disciplina vai sendo desenvolvida, gerando ao longo do percurso a autodisciplina que já vislumbra a liberdade, pois seus conteúdos são estabelecidos de modo que o indivíduo já pode fazer suas próprias escolhas, sendo responsáveis por elas.
Em contrapartida, pode haver a imposição de limites não saudáveis, gerando nos indivíduos crenças limitantes, relacionados a autoestima, autoimagem e autonomia. Consequentemente esta percepção de si irá produzir reações físicas, mentais, emocionais e comportamentais inadequadas, levando ao sofrimento.
Este panorama demonstra a responsabilidade da educação, que é transmitida ao longo das gerações e coloca em evidência quatro princípios básicos, que sustentam e dão segurança para sua aplicação, de maneira efetiva. São elas:
A presença integral de qualidade, que se faz física, mental, emocional e espiritual;
O prestígio, que corresponde a admiração que não se pode exigir;
A firmeza, que aceita ponderações e que não avança e nem recua sem saber para onde ir;
O amor, que será o ingrediente principal que atua em todas as instâncias.
E como dizia o poeta brasileiro Renato Russo “Disciplina é liberdade. Compaixão é fortaleza. Ter bondade é ter coragem”.
Fonte: Joyce Vignatti, psicóloga do Espaco Clinico Ápice