7 de jun. de 2024

Pai também lava, passa, trabalha, e cuida dos filhos

Lavar, cozinhar, passar, trabalhar fora e, ainda, alimentar a prole, trocar fraldas, dar banho e levar à creche já não são mais tarefas exclusivamente femininas. Seja por divórcio, viuvez, adoção ou qualquer outro motivo, cada vez mais as famílias ganham novas configurações onde o protagonista é o pai solteiro.O músico e locutor Aggeo Simões é exemplo de como a ala masculina pode dar conta da jornada tripla. Ao se separar da esposa, em 2005, passou a compartilhar a guarda da filha Ava, de 1 ano e meio. “No início é sempre difícil. Tinha sonhos horrorosos e achava que não ia conseguir, mas com o tempo tudo se ajeitou”. Para ajudar, começou a pesquisar assuntos sobre o universo infantil, teve ajuda da mãe, das amigas e da própria ex-mulher. “Ouvimos o pediatra e até elaboramos cardápio básico para que refeições, horários e demais rotinas fossem parecidos nas duas casas.”

Para conciliar as responsabilidades, Aggeo aproveita o período da tarde quando Ava, que hoje tem 8 anos, está na escola. A experiência o inspirou a criar o blog “Manual do Pai Solteiro”, onde narra suas histórias e dá dicas para quem passa pela mesma situação. Em uma das postagens, ele orienta: “Manifestações de carinho, presença e atenção para com os filhos são sim, provas de amor. Passeios de bicicleta, caminhadas no mato, viagens, piqueniques, geram laços eternos.”

Aggeo conta como é sua relação com a filha. “Não é sempre tranquilo. Ela está em uma fase difícil, de questionar tudo e todos. Mas tudo passa depois de um abraço e um beijo.”

Rede de apoio

Até os heróis têm seus companheiros fiéis, portanto, não adianta querer fazer tudo sozinho. Contar com a ajuda de familiares e amigos faz toda a diferença na educação da criança e no relacionamento com ela. “A maior dificuldade encontrada pelo pai solteiro é a adaptação afetiva dos filhos em ter somente um adulto como referência”, diz a psicóloga do Hospital e Maternidade São Luiz, Patrícia Bader. No entanto, esse não será um obstáculo se a criança for criada em proximidade com avós, tios e outros parentes.

Dicas básicas

Nem sempre o homem se adapta fácil à vida de pai solteiro. Confira cinco dicas para deixar aflorar o instinto paterno:

1–Conciliar todos os afazeres não é fácil, mas com disciplina é possível ser bom profissional, amigo, filho e, é claro, pai.

2–Aprenda a criar vínculos com seu filho. Dê banho, brinque e converse, mesmo que ele ainda não entenda tudo o que é dito.

3–Desde cedo, estabeleça limites. Mesmo os bebês precisam de ensinamentos sobre certo e errado.

4– Quando surgir alguma dúvida, peça socorro para quem tem experiência no assunto. Leia livros, revistas, faça pesquisas na internet e não se desespere. Paternidade também é aprendizado.

5–Crianças crescem rápido. Então, aproveite cada fase. Tire fotos, filme e guarde recordações.

Guarda compartilhada

Eu namorava há pouco tempo quando descobri que minha namorada ficou grávida. Ela começou chorar quando recebeu a notícia da gravidez e eu falei que não a deixaria na mão. Ela quis casar, eu não gostava dela a ponto de assumir um compromisso tão sério, então pro pus continuarmos juntos, mas apenas namorando. Ela de bate e pronto me respondeu que se eu não casasse ela faria aborto, então casei. Meu casamento foi horrível, tanto que dois anos e meio depois nos separamos. A única coisa boa que tive da relação foi o convívio com a minha filha, Anna Beatriz!Pela lei, tenho dias certos para ver minha filha, mas isso não me basta. Eu a vejo a cada 15 dias e fico com ela de dois a três dias! Isso é pouco pra quem casou sem amor com outra pessoa para ver seu fruto nascer. Minha ex-mulher não se preocupa se sinto saudade da Anna Beatriz ou se ela sente de mim. Amo minha filha, ela é tudo que tenho. Confesso que, cada dia que passa, fica mais difícil de deixá-la ir quando está comigo. No meu caso ser pai solteiro é como se minhas sessões de tortura tivessem dias certos para começar e terminar! Washington Sousa, pai da Anna Beatriz de 3 anos.

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