9 de ago. de 2024
Volta às aulas e uma velha preocupação: atenção ao peso da mochila das crianças
Fisioterapeuta lista alternativas para driblar o sobrepeso que pode causar problemas na coluna
O que era bom, acabou! É hora de dar adeus às férias e levar os filhos de volta para a escola. Acontece que o momento exige cuidado. “É muito comum que o aluno tenha várias disciplinas diferentes no mesmo dia e precise levar o material de todas elas na mochila”, explica o fisioterapeuta Santiago Munhos, diretor da clínica Santibras Fisioterapia. Acontece que, segundo o especialista, o ideal é que a criança carregue no máximo até 10% do peso dela. Ou seja, um estudante de 35kg deve levar apenas 3,5kg na mochila. Valor que é facilmente ultrapassado, de acordo com o profissional.
Santiago explica que o excesso de peso leva à sobrecarga do trapézio, deixando o músculo mais tensionado. Além disso, para a pessoa não ceder para trás, ela força para frente, deslocando o seu eixo de gravidade. “Isso faz com que ela tenha uma leve flexão do tronco, aumentando a curvatura torácica, podendo deixar a criança com uma hipercifose, ou, como se diz popularmente, corcunda”, complementa o fisioterapeuta. O peso sobre a lombar ainda pode provocar dor nas costas, em intensidade moderada ou mais grave, sendo necessário acompanhamento médico.
Para evitar essa sobrecarga, existem três opções, conforme lista o diretor da Santibras Fisioterapia:
1ª O ideal era que o material pudesse ficar na escola. Assim, a criança levaria apenas os seus pertences pessoais no dia a dia, o que evitaria qualquer problema à coluna. Muitas vezes isso não acontece em função do espaço dos estabelecimentos de ensino no Brasil. A maioria dos colégios não tem, como nos Estados Unidos, armários pessoais para o armazenamento desse material.
2ª Se for mesmo necessário levar cadernos e livros diariamente à escola, vale optar pelo uso da mochila de rodinha. Aqui é importante alternar, puxar um pouco com cada braço, para não sobrecarregar nenhum lado. Só vale pensar também na acessibilidade do local. Se tiver muita rampa e escadas, essa pode não ser uma boa alternativa.
3ª Se a única opção for a mochila de alça mesmo, a recomendação é que ela tenha ajuste e que a regulagem seja feita deixando a sacola o mais alto possível, mais perto do pescoço do que do quadril. Também é importante usar as duas alças ao mesmo tempo, e não pendurar apenas uma, deixando o esforço todo para apenas um lado.
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Sobre Santiago Munhos
Santiago Munhos é diretor da Santibras Fisioterapia, clínica localizada na Zona Sul de São Paulo. O profissional é formado em Fisioterapia, com pós-graduação em Fisiologia Biomecânica do Exercício e Esporte pelo IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) da Faculdade de Medicina da USP. Tem mestrado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, e formação em diversos cursos como de RPG e osteopatia. Já foi professor da pós-graduação da Faculdade de Medicina da Santa Casa e do Hospital Israelita Albert Einstein. É fisioterapeuta das seleções masculina e feminina de hóquei in line do Brasil. Santiago, junto à sua equipe, acredita que as pessoas precisam de qualidade de vida para viver melhor e defende que a dor não deve limitar ninguém de fazer aquilo que gosta.