A alegria do Carnaval brasileiro contagia adultos e crianças, cada vez mais atentas a tudo desde a mais tenra idade. Para garantir uma folia saudável, alguns alertas são necessários, seja na festa de rua, no clube ou mesmo em sambódromos. Para o pediatra Sylvio Renan, da MBA Pediatria e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, Carnaval tem que ser sinônimo de tranquilidade e segurança. “Na rua, no clube ou no quintal de casa, leve também proteção e cuidado. Assim, a festa é garantida sem complicações e o samba corre solto, assim como eles em plena alegria de ser criança. Ou super-heróis, heroínas, montras e príncipes durante os dias de fantasia”, diz o pediatra.
Veja as principais recomendações aos pais, cuidadores e responsáveis:
1- Localização: algumas famílias têm o costume de brincar o Carnaval nos blocos de rua ou em clubes. Na rua, a ótima notícia é que existem bloquinhos pensados justamente para as crianças e que atendem aos requisitos de segurança, como não permitir a passagem de carros, a realização em horários que respeitam o sono dos pequenos e com estrutura confiável de apoio aos pais – banheiros, trocadores e refrigeração adequada dos alimentos e bebidas oferecidos.
Muito clubes, sobretudo nas matinês, tomam o cuidado com os decibéis emitidos, no intuito de preservar a audição das crianças.
Mais tradicionais, no Rio de Janeiro e em São Paulo acontecem os desfiles das escolas de samba do primeiro e do segundo grupo. Os sambódromos não permitem a entrada de crianças menores de 5 anos, também com o intuito de preservar a integridade do sistema auditivo dos pequenos.
Acima desta idade, e até os 12 anos, é permitida a entrada somente na companhia dos pais ou responsável legal.
Os pais podem providenciar também pulseiras de identificação para as crianças, com o nome da criança ou adolescente e colocar um telefone para contato.
2- Som: O que seria do Carnaval sem as tradicionais marchinhas? Ou as músicas do momento que embalam as crianças em ritmos diversos? Pois é, nada! Mas, atenção: menores de 2 anos ainda têm os tímpanos muito sensíveis e a música alta e constante se torna prejudicial. Para os maiores, mesmo que já “soltinhos”, não é recomendável permanecer próximo as caixas de som, evitando assim posterior dor de cabeça ou no ouvido.
3 – Confete e Serpentina: colorir é a palavra chave do Carnaval. A cidade cinza e o clima sério da rotina de trabalho dão lugar a serpentina e ao confete. Os pequenos adoram soprar e jogar esses adereços, e não é preciso restringir para os maiores de 6 anos. Para os menores, evite ou controle, pois é comum que levem à boca.
4 – Spray: crianças adoram algo diferente. O sprays e tintas coloridas ou em espuma fazem a alegria da molecada. No entanto, antes de deixá-los brincar à vontade com esses adereços é essencial ler a embalagem dos produtos e certificar-se de que não são tóxicos e a base de álcool, como recomendado pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
5- Fantasia: a ONG Criança Segura alerta para o cuidado na compra ou confecção de fantasias que tenham adereços pendurados ou de fácil estouro, como botões, por exemplo. A preocupação é, de novo, com os menores que ainda adoram colocar o que veem na boca. Outra observação importante da ONG é com o zíper das roupas, que podem dar uma ‘beliscada’ na pele. A recomendação é colocar uma proteção, por exemplo, uma camisetinha.
6- Alimentação: não custa salientar, tanto para os pais veteranos quanto aos novatos: privilegie uma alimentação saudável, com frutas e alimentos mais leves. Na hora de comer, opte por oferecer saladas, com legumes e verduras. Salada de frutas também é rica em carboidrato e as frutas ricas em líquido também garantem uma hidratação extra. Dê preferência à melancia, melão, abacaxi e mexerica. Com o calor, os alimentos gordurosos e aqueles vendidos nas ruas ou clubes podem fazer mal à criança.
As crianças devem tomar muito líquido (preferencialmente água). Mantenham sempre seu filho bem hidratado.
7 – Exposição: segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, bebês com menos de 6 meses não devem usar protetor solar, uma vez que o organismo ainda não está amadurecido para lidar com os componentes químicos da fórmula. Nesse quesito entram também os repelentes, mas a regra não se aplica ás crianças acima de 2 anos, que podem usar protetores e repelentes específicos recomendados pelos órgãos de saúde e seus pediatras.
Fonte: Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros – CRM SP-24699
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