Sempre Materna

Chave para ser mãe aos 40

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  • A maternidade tardia é uma opção cada vez mais comum da sociedade atual. Porém, aos 40 na maioria das vezes será preciso tratamento para que engravidar seja possível. Especialista fala sobre a chave para realizar este sonho.

Uma carreira profissional de sucesso, estabilidade econômica e enfrentar a vida com a serenidade que a idade proporciona são os três pilares de uma decisão cada vez mais frequente: Ser mãe após os 40 anos.

Mas o relógio biológico se resiste ao relógio social. A biologia feminina segue outro caminho e outro ritmo. Quando muitas das mulheres que junto com seus parceiros ou até mesmo de forma independente estão prontas para engravidar, se deparam com um obstáculo inesperado: o envelhecimento dos óvulos.

Não é impossível, porém é pouco provável engravidar sem ajuda de tratamento após os 40 anos. A partir desta idade engravidar não é simples, o risco de aborto é mais alto, assim como também são maiores as incidências de alterações cromossômicas como a Síndrome de Down e outras trissomias. Por isso, é importante nesta idade não deixar o tempo passar esperando a gravidez espontânea e consultar um especialista em reprodução humana.

Dra. Genevieve Coelho, diretora do IVI Salvador e parte do grupo espanhol de medicina reprodutiva com mais de 50 clínicas pelo mundo, responde as principais perguntas sobre a gravidez após os 40.

É possível ser mãe após os 40?

“Possível é, mas sem tratamento poucas mulheres conseguem. Nas nossas clínicas 40% das consultas realizadas em 2015 foram com mulheres acima dos 40 anos. A possibilidade de engravidar nessa idade é baixa por motivos fisiológicos do corpo da mulher, não é uma questão de estar em boa forma como muitos acreditam. No entanto, graças aos tratamentos disponíveis, também é possível que a maioria destas mulheres consigam seu objetivo quando acompanhadas por um especialista”.

Quais são os riscos de engravidar mais tarde?

“O maior risco que existe é a falha cromossômica no desenvolvimento fetal, que começa a fazer-se presente a partir dos 35 anos, porém é mais presente ao cruzar a fronteira dos 40. A raiz da falha cromossômica acontece também a elevação do índice de aborto. A possibilidade da gestação não evoluir conforme o esperado é alta.

Existem formas de minimizar estes riscos. No IVI fazemos uma análise cromossômica do embrião antes de sua transferência ao útero materno no tratamento de Fertilização in Vitro. Com esta medida, estamos aumentando as chances de gravidez, reduzindo o risco de aborto e incrementando as chances do bebê nascer com saúde.

O estudo do embrião, que leva o nome de PGS, é recomendável para todas as pacientes porque aumenta as chances de sucesso do tratamento, mas praticamente obrigatório após os 40. A maioria dos embriões gerados com óvulos de mulheres com esta idade não vão se desenvolver, por isso, é importante identificar aqueles que são saudáveis. Também é certo que se a mulher que pretende engravidar após os 40 congelou óvulos quando era mais jovem, grande parte dos riscos da gravidez tardia desaparecem”.

O tratamento com óvulos doados é muito frequente nesta idade?

“Por conta das alterações cromossômicas, às vezes nos deparamos com que a quantidade de óvulos é insuficiente ou inclusive nula para obter a gestação. Nestes casos é preciso contar com óvulos doados como recurso para gerar o embrião, já que o restante do aparelho reprodutor da mulher não envelhece na mesma velocidade. Os tratamentos de ovodoação costumam ter taxas mais elevadas de gravidez”.

Quais as vantagens da maternidade tardia?

“Quando existe o desejo de ser mãe toda idade será boa, mas especialmente no caso da maternidade tardia, estamos diante de mulheres que normalmente têm uma maior estabilidade emocional e econômica, que sempre será favorável os filhos. A maturidade da mulher é um momento ótimo que vai beneficiar sua relação com os filhos e a família.”

Quais são os conselhos para uma mulher que está pensando em ter filhos após os 40?

  • “Fazer uma revisão de saúde completa para confirmar que tudo está bem, não apenas do ponto de vista ginecológico, mas também geral.
  • Não esperar muito tempo, pois o tempo é chave. Se após 6 meses tentando engravidar naturalmente não tiver resultados, é preciso consultar um especialista em fertilidade.
  • Também é recomendável que o tratamento de reprodução assistida inclua o estudo cromossômico dos embriões, porque além de engravidar, o objetivo é ter um bebê com saúde.
  • E, caso não seja possível a gravidez com óvulos próprios, sempre existe a possibilidade de conseguir engravidar através da ovodoação, onde as chances de gestação serão mais altas”.

Fonte:  IVI