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Como agir com crianças que falam igual ao Cebolinha

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Especialista em desenvolvimento infantil explica possíveis soluções para crianças que trocam o R pelo L

Engana-se quem acha que a troca de sons do R pelo som de L é apenas uma criação dos quadrinhos. Embora o personagem Cebolinha esteja no imaginário dos brasileiros, a psicopedagoga Sheila Leal explica que, a partir dos 4 anos e meio, uma criança já deve estar preparada para diferenciar estes sons. Especialista em desenvolvimento infantil e porta-voz do Projeto Filhos Brilhantes, Sheila alerta para que sejam feitas algumas observações caso os pequenos falem como o Cebolinha. “O importante é não se desesperar e lidar com isso de forma tranquila e se necessário for, procurar intervenção específica”, alerta.

Segundo a especialista, devem ser observados três fatores que fazer com que os pequenos não consigam pronunciar o fonema correspondente à letra R:

1- Respiração
O primeiro deles é uma possível dificuldade respiratória. “Para fazer o som de R como em ‘caracol’, é necessário ter tônus muscular na ponta da língua que muitas crianças deixam de desenvolver por respirar muito pela boca”, explica Sheila. Problemas fisiológicos no nariz como desvio de septo, rinite, amígdalas grandes, adenóide, ou simplesmente respirar de boca aberta durante o sono podem ser fatores que levam a criança a não desenvolver esta musculatura específica.

2- Alimentação pastosa
Muitas crianças, nesta faixa etária, desenvolvem preferência por alimentos mais pastosos e moles. “Esse tipo de comida faz com que a criança não consiga desenvolver um processo de mastigação eficiente”, explica Sheila. Segundo a especialista, muitos dos pequenos chegam aos seis anos com uma mastigação incorreta e deglutição que não exige tonicidade da língua, fator que pode levar à troca de sons. Pois afinal, é mais fácil produzir um som do /L/ que do /r/ vibrante.

3- Musculatura flácida
Por fim, a especialista conta que há casos de crianças com diversos músculos do rosto mais flácidos. “Geralmente crianças gordinhas podem ter a musculatura prejudicada, e isso incluiria a musculatura da língua também”, ensina.

Vale lembrar que não é adequado solicitar que a criança vibre a língua sem parar, ou fique repetindo as palavras que ainda não consegue produzir. O mais importante é verificar a causa do problema.

Somente com a observação destes fatores é que será possível começar a analisar o processo de desenvolvimento da criança. “Leve seu filho a um médico otorrinolaringologista para verificar estes fatores fisiológicos”, indica a especialista.
Somente depois é que se deve preocupar em buscar identificar algum tipo de distúrbio, conclui.

Fonte: Sheila Leal