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Como escolher o protetor solar?

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Os benefícios e cuidados com os produtos de proteção solar   

 

Durante todo o dia estamos expostos a radiação solar, mesmo em dias nublados ou no inverno. Mas no verão do nosso país tropical o cuidado com a pele deve ser redobrado. Segundo a farmacêutica *Lariza Alves, coordenadora e professora da pós-graduação em cosmetologia aplicada à estética do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE), devemos incluir a fotoproteção nos nossos cuidados diários, mesmo quando não nos expomos diretamente ao sol.

Isso porque a radiação solar contém raios UV, responsáveis por causar doenças de pele, queimaduras solares, câncer de pele, melasma e aparecimentos precoce de rugas e manchas, sendo responsável por cerca de 70% do nosso envelhecimento extrínseco (causado por fatores externos). “Dessa forma, os protetores solares são imprescindíveis a nossa saúde. A fotoproteção é a melhor forma de cuidado anti-envelhecimento que se pode ter, pois garante uma pele com aparência uniforme, saudável e jovem por mais tempo”, explica a especialista.

A farmacêutica indica utilizar o fotoprotetor diariamente das áreas expostas do corpo, sendo ideal reaplicar a cada quatro horas ou após sudorese intensa. “Um FPS 30 é o suficiente para garantir uma proteção diária adequada, devendo-se aplicar uma quantidade generosa. Caso esteja realizando um tratamento de pele, o médico indicará o FPS mais adequado à sua necessidade. Vale ressaltar que mesmo FPS muito altos, não garantem 100% de proteção”.

Nos casos de exposição maior ao ar livre, como piscina e praia, a reaplicação deve ser mais frequente, conforme indicado no rótulo do produto, “e sempre utilizar outras formas de proteção, como óculos de sol e chapéu”, orienta. Já sobre as roupas de fotoproteção, a dica é avaliar a procedência da mesma, pois estas devem apresentar um tratamento no tecido, que proporcionem um Fator de Proteção Ultravioleta (FPU). “Verificar se existe uma etiqueta com a aprovação do produto pela Agência Australiana de Proteção à Radiação e Segurança Nuclear (Arpansa). Sem o FPU os danos na pele podem não ser evitados”.

Mas os fotoprotetores contém substâncias nocivas à saúde? De acordo com a coordenadora das pós-graduação em cosmetologia do IDE, todas as substâncias que fazem parte da composição dos cosméticos produzidos e comercializado no Brasil precisam estar aprovadas para esse uso pela ANVISA, sendo estas consideradas seguras até que haja estudos que corroborem para a sua proibição.

Por sua vez, todos os fotoprotetores passam por testes de segurança e eficácia para que possam ser registrados pelo órgão regulamentador, que autoriza sua comercialização, após uma análise criteriosa do produto. “Logo, podemos concluir quenão há riscos na utilização do fotoprotetor. Porém, algumas pessoas possuem características individuais específicas, podendo apresentar sensibilidade a algumas substâncias, como alguns tipos de filtros químicos ou até mesmo a essência presente no produto. Mas são exceções”.

Algumas dicas interessantes para a escolha do fotoprotetor é observar no rótulo, além do FPS, a presença de benefícios adicionais, como de ativos hidratantes e antioxidantes, entre o D-pantenol, Vitamina E ou Vitamina C. Também é importante escolher um produto levando em consideração o seu tipo de pele, pois existem diversas opções, principalmente para quem possuem a pele mista ou oleosa, que requerem uma formulação mais especifica e de preferência não comendogênicas (não formam cravos).

“Se for sensível ou alérgico a substâncias, dar preferência a produtos sem parabenos (metil ou propilparabenos), sem essência e dermatologicamente testados. No caso de sensibilidade aos filtros químicos, será necessário utilizar protetores solares fiscos, que podem ser indicados pelo farmacêutico ou dermatologista para serem manipulados. Assim, o ideal é sempre experimentar o produto antes de comprar, pois ajudará você a escolher de forma mais assertiva”, alerta Lariza.

Sobre onde encontrar os melhores fotoprotetores, a especialista comenta que nas farmácias de manipulação há a possibilidade de uma maior adequação do produto para a especificidade de cada pessoa. “Entre as vantagens, é possível colocar ativos por solicitação de um prescritor, o que agrega benefícios de acordo com a necessidade individual do paciente.  Caso a farmácia não utilize bases de fotoprotetores que passem por esses testes, apenas é possível ter uma estimativa do FPS declarado. Dessa forma, indico sempre procurar a sua farmácia de manipulação de confiança, além de conversar com o farmacêutico”.

Além disso, as farmácias de manipulação podem produzir sua própria base de fotoprotetor ou comprar a base industrializada pronta de fornecedores. Nesse segundo caso, em geral, as bases são submetidas à testes de eficácia e segurança para garantir o FPS e FPUVA declarado no rótulo, o que traz a mesma segurança que um produto industrializado pronto.

Apesar de todos os benefícios do uso de fotoprotetores, muita gente ainda tem dúvidas de sua utilização ou não desses produtos, visto polêmicas sobre a absorção da vitamina D. Sobre o assunto, a farmacêutica explica que existem vários estudos concluindo que mesmo com exposição ao sol de forma regular e sem fotoproteção, não teríamos uma produção de vitamina D satisfatória e ideal para as nossas necessidades fisiológicas.

“Então, acredito que precisamos realizar uma suplementação adequada dessa vitamina, sob orientação médica ou nutricional, e utilizarmos diariamente o fotoprotetor. O cuidado com a proteção solar é uma questão de saúde pública e os malefícios que a radiação UV pode causar a pele é maior do que os seus benefícios, a médio e longo prazo”, conclui. E profissionais de saúde interessados em mais informações sobre cosmetologia, podem entrar em contato através do www.idecursos.com.br.

 

Fonte: Lariza Alves é farmacêutica industrial (UFPE), com mestrado em Inovação Terapêutica (UFPE) e doutorado em Produção e Controle de Medicamentos e Correlatos (UFPE). Além de coordenadora da pós-graduação em Cosmetologia aplicada à estética Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE)/Faculdade Redentor, atua como farmacêutica de pesquisa & desenvolvimento na Natusense e é membro do Comitê de Farmácia Estética do Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco.