Dr. Nuk separou algumas dicas que podem ajudar os pequenos a se adptarem facilmente com um novo parceirinho dentro de casa
A chegada de um novo bebê é sempre motivo de muita alegria na família. Porém, para o filho mais velho, este momento de extrema felicidade pode na verdade parecer uma grande ameaça de perder o amor, o carinho e a atenção de seus pais.
Não espere que seu pequeno dê sinais de que está passando por um período de angústias e dúvidas, mantenha-se atenta desde o início, para que todos possam passar por essa nova realidade da maneira mais tranquila possível.
É sempre uma fase difícil, algumas crianças sentem esse momento em uma maior intensidade, especialmente na faixa etária dos dois aos quatro anos, e aí podem surgir mudanças de comportamento como agressividade, regressão de aquisições (voltar a fazer xixi na cama, pedir chupeta e mamadeira), alterações na alimentação, crises de birra, e ele passa a experimentar um sentimento que até então era desconhecido: o ciúme de irmão.
Pensando nisso, o Dr. NUK separou algumas dicas que podem ajudar muito a lidar com essa situação:
1 – Planejando em família
Não deixe seu filho ser pego de surpresa! Lembre-se de que até aquele momento ele era único e terá que adaptar-se a uma série de mudanças. Quando estiverem realmente planejando a vinda do bebê, converse com seu filho, pergunte se ele quer um irmãozinho, mostre exemplos de famílias com as quais ele convive em que há mais de um filho.
No caso de uma reação negativa, não insista, reintroduza o assunto em outro momento, e faça isso de maneira tranquila até que ele comece o processo de aceitação.
2 – Durante a gravidez
Dê a noticia da chegada do irmãozinho da maneira mais positiva possível, falando sobre os ganhos que ele terá , como alguém com quem brincar, para passear junto, e nunca alguém que virá tomar o lugar dele.
Explique aos poucos que no início esse bebê não será tão divertido. Na realidade, por um bom tempo, ele não terá um irmãozinho para brincar com ele e sim alguém que ocupará muito do tempo da sua mãe. Tente não criar falsas expectativas.
Não exclua seu filho dos preparativos, deixe-o participar, escolher algumas peças do enxoval, ajudá-la a arrumar o quarto, a mala da maternidade (mesmo que você tenha que refazer tudo, essa participação será muito importante para o seu primogênito). Sempre procure mostrar o quanto ele é importante em todo esse processo.
3 – O momento de ir para a maternidade
Esse período gera muito stress nos pais, afinal com quem ficará a criança? Como ela irá se sentir?
Tente planejar esses dias cuidadosamente, deixe a criança com alguém que ela tenha fortes vínculos, com quem ela se sinta segura e principalmente acostumada a ficar. Geralmente ficar com os avós ou mesmo com o papai acaba sendo a melhor solução. Explique que a mamãe ficará fora poucos dias, deixe-o passar algum tempo com você na maternidade, e planeje atividades agradáveis para os outros períodos do dia (teatro, restaurantes, banho de piscina, enfim mantenha seu filho entretido e divertindo-se)
Quando ele estiver na maternidade, não exija silêncio absoluto, afinal crianças fazem barulho e bebês recém nascidos dormem mesmo com sons altos! Não faça disso um motivo de tensão, isso magoará seu filho desnecessariamente.
4 – A nova rotina em casa
Mantenha a calma, peça ajuda a familiares para que você, apesar dos cuidados com o bebê, tenha um tempo para o seu filho mais velho. Tente não delegar os cuidados com o primogênito ao pai e avós, apesar de trabalhoso, sentir que você ainda cuida dele é muito importante para que ele se sinta seguro. Deixe-o participar da rotina do bebê, proponha que trabalhem em equipe.
Incentive atividades em que ele possa canalizar suas emoções como massinha, desenhos, blocos de montar, etc.
Deixe-o à vontade para expressar seus sentimentos de frustração, ciúme e até tristeza. Procure mostrar que para você esse período também e difícil e que todos entendem o que ele sente, mas mostre que quando o bebê for maior ele terá um companheiro.
O ciúme, quando nasce o irmãozinho, é um sentimento muito natural. Esta fase pode ser menos penosa se a família estiver atenta e munida de paciência para encontrar estratégias que ajudem a superá-la.
Marco Aurélio Safadi
CRM: 54792
Professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital Sabará.
Fonte: NUK