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Como tratar conjuntivite em crianças e bebês?

conjuntivite

Esse tempo sem chuva que a maioria das cidades paulistanas está enfrentando, culmina diversas viroses, devido à alta concentração de poeira no ar. Uma das principais é a conjuntivite, inflamação da conjuntiva, membrana fina e transparente que reveste os olhos. Os olhos ficam avermelhados, irritados, e dificultam a visão. Mas, quando acomete crianças, incapazes de manifestar exatamente o que as incomoda, a doença exige medidas extras por parte dos oftalmologistas.

De acordo com Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, o exame infantil deve incluir os linfonodos – responsáveis por combater a infecção. “É muito importante ter ciência dos ambientes frequentados pelo paciente, sendo informado, também, se há outros relatos da doença na família ou no ambiente escolar. Em determinados casos, também fazemos a cultura da lágrima para analisar a existência de bactérias e definir o tipo de antibiótico a ser prescrito”.

Neves relata a existência de sete tipos de conjuntivite: neonatal, infecciosa, alérgica, irritativa, química, associada a outra doença de base, e seca. “A neonatal é a conjuntivite do recém-nascido, geralmente transmitida de mãe para filho no trabalho de parto. Neste caso, trata-se de um quadro grave e que exige tratamento urgente e rigoroso. Na maioria dos casos, a criança permanece internada até receber alta do médico oftalmologista”.

De acordo com o médico, o tipo mais comum de conjuntivite é a infecciosa, podendo ser causada por vírus ou bactérias. “A bacteriana é relativamente fácil de tratar e muitas vezes evolui espontaneamente para a cura. Já a viral é responsável por mais de 90% dos casos de conjuntivite, tem caráter epidêmico e deve ser tratada por uma ou duas semanas, até que esteja curada definitivamente. Em caso de complicações, é importante fazer um tratamento rigoroso, podendo ser transmitida pelo contato físico, manual, ou através de objetos de uso comum.

No caso da conjuntivite alérgica, geralmente ela está associada a manifestações como asma, eczema, rinite ou urticária, como resultado de um desequilíbrio entre agentes externos e resposta imunológica. O especialista adverte que poeira, fumaça, ar-condicionado etc. podem desencadear a conjuntivite irritativa. Já a química é resultado de queimaduras da conjuntiva por ácidos ou gases que podem levar à perda da visão. “Neste caso, o paciente deve lavar exaustivamente os olhos com água corrente e buscar ajuda especializada o mais rápido possível, para que não haja comprometimento permanente da visão”.

Doenças como gota, disfunções da tireoide, psoríase, lúpus e artrite reumatoide, entre outras, também facilitam a ocorrência de conjuntivite. Neves alerta para o tipo ‘seco’ de conjuntivite, que ocorre quando o olho e a conjuntiva estão secos por conta da diminuição da quantidade de lágrima produzida pelo paciente ou ainda por conta da baixa umidade relativa do ar. Esse tipo da doença é mais comum em habitantes de grandes metrópoles ou ainda pessoas que trabalhar o dia todo em ambiente com ar-condicionado.

“O tratamento da conjuntivite, tanto em crianças e bebês, como em adultos, depende do agente causador. Geralmente, compressas de água fria são recomendadas para aliviar a ardência e o mal-estar provocados pela irritação. Também podemos orientar o paciente a usar lágrimas artificiais, soro fisiológico e determinados colírios. Casos graves exigem medicação via oral em conjunto com o alívio local. O paciente infectado tem de intensificar a higiene ocular, evitar contato com outras pessoas, lavar muito bem as mãos várias vezes ao dia e usar lenços e toalhas descartáveis. Os pais devem cuidar para que as crianças não fiquem coçando os olhos durante o tratamento, evitando que elas compartilhem brinquedos com outras crianças durante os quinze dias que geralmente dura a doença”, adverte Renato Neves.

 

 Fonte: Sempre Materna