Sempre Materna

Congelamento de óvulos é a melhor opção para mulheres que optam por adiar a maternidade

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Evolução e aprimoramento nas técnicas garante maior segurança às futuras mamães

 

Muitas mulheres, desde cedo, têm o sonho de ser mãe. Porém, por inúmeras razões, esse desejo é cada vez mais contido, seja por uma questão cultural, priorizar a carreira e até mesmo por motivos de saúde. E, assim, vai ficando cada vez mais comum as mamães com mais de 30 anos. Apesar desta nova dinâmica ser respeitável, a partir dos 35 anos, um número considerável de mulheres tem mais de 50% dos seus óvulos alterados, o que dificulta e acarreta riscos para uma futura gravidez.

 

Com o objetivo de garantir maior segurança, a técnica de congelamento dos óvulos vem sendo aprimorada e cada vez mais aconselhada pelos médicos. Isto porque, a partir deste procedimento, é possível armazenar óvulos sadios e utilizá-los futuramente, portanto, o procedimento é visto como uma atitude preventiva. “É muito importante que a mulher tenha consciência do seu próprio corpo e das limitações que surgem com o decorrer dos anos. O congelamento dos óvulos, hoje, é encarado como uma prevenção. É uma maneira de aumentar as chances de ser mãe no futuro”, explica a ginecologista e PhD em medicina reprodutiva, Maria Cristina Santoro Biazotti.

 

Ainda de acordo com a médica, a paciente precisa estar ciente de todo o processo. Durante o tratamento, é necessário ter uma série de cuidados para aumentar o número de óvulos, já que, mesmo sendo um procedimento relativamente seguro, há riscos de hiperestimulação ovariana, devido ao uso inadequado das drogas. Segundo a especialista, o sucesso desta técnica dependerá de uma equipe multidisciplinar especializada e de um laboratório bem equipado.

 

O tratamento

 

O procedimento passou por grande evolução ao longo dos anos. Hoje já é visto pela comunidade médica como uma atitude preventiva não só para as mulheres que desejam adiar a maternidade, mas também para aquelas com câncer, que são submetidas por tratamentos como quimioterapia e radioterapia.

O primeiro passo para aquelas que decidem passar por esse processo consiste em um tratamento hormonal, na tentativa de aumentar o número de óvulos. Em um período de aproximadamente 10 dias, é esperado que ocorra o desenvolvimento dos folículos e maturação dos óvulos.

 

Assim que os folículos atingem cerca de 18 a 20 milímetros de diâmetro, é feita a punção do líquido folicular e, com o auxílio de uma lupa, localiza-se e qualifica-se o óvulo quanto à maturidade. Em seguida, os óvulos aptos a fertilizar são congelados e armazenados no nitrogênio.

 

Segundo a Dra. Maria Cristina, quanto maior o número de óvulos armazenados, maiores as chances de uma gravidez. “Para garantir o sucesso do procedimento, o ideal é que sejam congelados, pelo menos 20 óvulos, o que poderá variar de acordo com cada paciente e, certamente, a resposta ao tratamento será melhor na mulher mais jovem”.

As mulheres que optaram por congelar seus óvulos, necessariamente serão submetidas a procedimentos de reprodução assistida quando decidirem ser mãe. Não há um tempo limite para o armazenamento de óvulos, porém, a lei brasileira estabelece a idade máxima de 50 anos para as mulheres que pretendem engravidar através de técnicas de reprodução assistida.

 

Fonte: Kátia Nunes e Carolina Sibila