Líquido das trompas impede a fecundação do óvulo e dificulta a implantação.
As mulheres com dificuldade de engravidar podem estar com uma doença pouco conhecida, a hidrossalpinge, ou acúmulo de água nas trompas de Falópio. Conforme destaca Dr. Fabio Cabar*, ginecologista especialista em Reprodução Assistida, normalmente este acúmulo de água ocorre após uma inflamação pélvica, por fatores bacterianos, endometriose ou devido a uma doença sexualmente transmissível. “Uma das consequências deste processo inflamatório é o acúmulo de água em uma ou nas duas trompas uterinas, o que pode ser confirmado por meio de uma ultrassonografia transvaginal”, explica.
Caso a doença não evolua, não há necessidade de tratamento, exceto se a paciente está com dificuldade de engravidar. “Em alguns casos, a cirurgia é indicada para extração da trompa danificada”, afirma Dr. Cabar. Conforme ele explica, quando ambas as trompas são retiradas, a paciente não consegue mais engravidar por vias normais, mas pode optar pela Fertilização in Vitro (FIV).
De maneira silenciosa, a hidrossalpinge pode causar a infertilidade de duas formas: primeiro, devido à dilatação e possível obstrução da trompa (onde ocorre a fertilização) gerada pela doença, o que pode interferir / impedir a fecundação do óvulo; além disso, a hidrossalpinge pode ocasionar uma dificuldade de implantação do embrião no útero materno.
Os sintomas podem ser diferentes, dependendo da paciente. A maioria das mulheres não sente nada e só chega ao resultado quando procura um médico por não conseguir engravidar. “As alterações tubárias são responsáveis por cerca de 35% dos casos de infertilidade feminina, e a hidrossalpinge tem grande participação nesta dificuldade de engravidar. Por isso, cada caso precisa ser estudado individualmente sempre em busca de realizar o sonho da paciente que deseja ser mãe”, conclui Dr. Fabio Cabar.
Fonte: Dr. Fabio Cabar em Obstetrícia e Ginecologia pela Universidade de São Paulo e especialista em Reprodução Humana.