Sempre Materna

De olho no seu sangue

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A incompatibilidade do sistema Rh entre o sangue da mamãe e do bebê pode causar doenças sérias e devem ser acompanhadas no pré-natal pelo obstetra. Caracterizado pela presença ou não de uma proteína (antígeno D) na superfície da hemácia, o sistema Rh funciona da seguinte forma: se possui esse antígeno, dizemos que a pessoa é Rh positivo (Rh+). Se não a possui, classificamos de Rh negativo (Rh-).

 

De acordo com o hemoterapeuta, Fernando Ghilardi, as incompatibilidades do grupo Rh podem ser graves e provocar enfermidades no feto. “Quando a mãe é Rh- e o pai é Rh+, existe um risco grande de o casal gerar um filho Rh+”, diz.  Nesse caso, o sistema imunológico materno produz anticorpos contra as hemácias fetais, que, transmitidos através da placenta, podem causar a patologia denominada doença hemolítica do recém-nascido.

 

Deve-se ressaltar que a Doença Hemolítica Perinatal (DHPN) geralmente é detectada numa segunda gravidez, já que, para a mamãe Rh- produzir anticorpos contra as hemácias Rh+, ela precisa ter um contato prévio com hemácia incompatível do feto Rh+ na primeira gestação, em aborto anterior ou em transfusão de sangue incompatível.

 

Quando a gravidez ou o aborto são adequadamente acompanhados pelo obstetra, uma das preocupações é administrar a vacina anti-Rh (Imunoglobulina anti-D), no período de até 72 horas após o parto. “A vacina destruirá as hemácias Rh+ do recém-nascido que passaram para a circulação materna, impedindo que o sistema imunológico materno produza anticorpos anti-Rh e prevenindo a doença hemolítica numa próxima gestação”, explica.

 

Para o médico, é importante que toda mulher Rh- faça o Teste de Coombs Indireto (TCI), que avalia se ela já produziu anticorpos contra o sistema Rh. Se o exame for positivo o obstetra deve acompanhar a evolução da sensibilização com a realização de TCI seriado e observar através da ultrassonografia o desenvolvimento do feto, como o crescimento fetal, quantidade do líquido amniótico, edema generalizado e insuficiência cardíaca. “Ao constatar que o bebê corre perigo, ele pode fazer uma transfusão de sangue intrauterina ou até mesmo antecipar o parto”, informa o médico.

                                                                                                             

Combinações possíveis do sistema RH
MãePaiBebê
Rh+Rh+Rh+ ou Rh-
Rh+Rh-Rh+ ou Rh-
Rh-*Rh+*Rh+*ou Rh-
Rh-Rh-Rh-
* Risco de doença hemolítica do recém-nascido