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De ponta cabeça

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Dor de cabeça também é assunto de gente pequena

A enxaqueca infantil, ou cefaléia, é mais comum do que parece. Não tem dia nem hora para aparecer, pode ser passageira, durar horas ou semanas. Atinge cerca de 10% dos bebês e faz da busca por tratamentos uma maratona.

A dica é simples: tenha sempre um caderninho de anotações por perto para refrescar a memória. O membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), chefe do setor de Neurologia Infantil do Hospital São Luiz, Paulo Breinis, explica que a história clínica minuciosa contada pela família é muito importante para o diagnóstico correto do especialista. Além disso, dispensa exames complementares, se incluir: o início, localização, frequência, duração, intensidade, horário, fenômenos concomitantes e fatores que pioram ou melhoram as dores.

Segundo a IHS (International Headache Society), a patologia é classificada em três grandes grupos: a cefaléia primária, secundária e neuralgias (dores faciais). “As primárias são mais frequentes e responsáveis por aproximadamente 90% dos casos. Pode ser dividida em cefaléia tensional – desencadeada por problemas emocionais, como estresse, ansiedade, depressão e fatores psicológicos – e enxaqueca – causada por componente genético e incidência familiar”, explica Dr. Paulo.

Atenção, se seu filho além das predisposições citadas tem dores nas têmporas (lateral da cabeça, próximo a região do ouvido) e no pescoço, é sinal de cefaléia tensional. “Nesse caso, orientação familiar somada ao acompanhamento psicológico são os métodos indicados. Entretanto, pode-se também usar medicações para controle da depressão e ansiedade de maneira profilática” esclarece o neuropediatra.

Mas, se as crises no pequeno são constantes e variam de moderada a forte, acompanhadas de náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade a luz) e fonofobia (horror a voz alta), pode ser a famosa enxaqueca. “O tratamento está baseado na melhoria da qualidade de vida: uma dieta adequada, coerentes horas de sono e exercícios físicos. Há quem prefira partir também para os métodos terapêuticos” ressalta o médico.

Já, a cefaléia secundária, é causada por patologias como a meningite, a hidrocefalia, o tumor cerebral, entre outras. Para finalizar, e deixar os cuidadores afiados no assunto, o especialista completa: “A mais rara é a neuralgia cranianas e seu tratamento poder ser desde acupuntura até descompressão cirúrgica.”

Fonte: Dr. Paulo Breinis