Quem pensa que só a mulher pode reprimir-se com as transformações gestacionais e com a chegada do bebê está enganado. Embora nem sempre admitido pela ala masculina, a depressão paterna é um fator que aborrece a vida de alguns casais.
Ansiedade, insegurança, abandono, rejeição e instabilidade resumem em poucas palavras o problema. A felicidade parece ser comum na espera do novo membro da família, porém os sentimentos podem ser perplexos. Segundo o chefe do serviço de psiquiatria do Hospital e Maternidade São Luiz, Dr. Ivan Morao Dias, a vida que era levada a dois precisa dividir o espaço com mais um integrante: o bebê. “A dedicação excessiva da mulher em função dos cuidados com o novo integrante pode afastar o marido e o faz sentir-se distante e fora do triângulo familiar. É quando aparecem os mais variados sintomas.”
Ainda segundo o especialista, cada parceiro reage de uma maneira. Há os que se sentem desvalorizados em casa, outros que se isolam por se sentirem desprezados e também existem aqueles que têm temor de abandono e para ganharem mais atenção dedicam-se aos serviços de casa e ficam extremamente participativos dos preparativos e nos cuidados com o filho. “Não há uma fórmula de sentimentos, cada um tem um tipo de ação. E esses sintomas podem prejudicar não só o relacionamento do casal como também influenciá-lo profissionalmente”, afirma.
Ele x Ela
Mas, qual a diferença dele e dela? Dr. Morao esclarece que a principal distinção de gêneros na depressão é a demonstração. “A mulher tende para maior sensibilidade e oscilação de humor, ou seja, mostra-se fragilizada. Já o homem resiste mais a exposição e falseia seus sentimentos, o que dificulta os dados estatísticos e pesquisas.”
Mas, qual a diferença dele e dela? Dr. Morao esclarece que a principal distinção de gêneros na depressão é a demonstração. “A mulher tende para maior sensibilidade e oscilação de humor, ou seja, mostra-se fragilizada. Já o homem resiste mais a exposição e falseia seus sentimentos, o que dificulta os dados estatísticos e pesquisas.”
Para que essa instabilidade não prejudique o casamento e trabalho, a união do casal é essencial, inclusive durante a gravidez. Para o psiquiatra, além dos benefícios clínicos do pré-natal para a mamãe e o bebê, essa fase também é importante para a investigação psicológica do futuro papai.
Com a ajuda do obstetra, a parceira deve ficar atenta aos sintomas. “Caso perceba mudanças no comportamento do companheiro é indicado passar segurança e envolvê-lo o máximo possível na rotina com o bebê, sem dispensar, claro, a ajuda de um profissional especializado”, aconselha.
Preserve
Atenção casais! O personagem principal que deve ser poupado nessa história é o próprio filhote, já que a tristeza do papai pode também desestabilizar a mamãe e trazer prejuízos ao pequeno. “O recém-nascido é totalmente desprovido de recursos próprios e necessita de conforto e apoio materno e paterno. Logo, a instabilidade com os pais podem causar ausência das necessidades, gerar angústia e ansiedade que prejudicam os estímulos e, consequentemente, o desenvolvimento e comportamento da criança”, finaliza.