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Divórcio pode afetar bebê ainda no útero

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A separação não faz parte da programação do casamento, mas pode acontecer. E, esse momento, é complicado na vida do casal, principalmente quando se tem filhos. Não há como evitar a saudade de quem saiu de casa e, por mais que se tomem atitudes adequadas e tudo seja explicado, é comum que os pequenos tenham comportamentos mais rebeldes.

De acordo com Marcelo Reibscheid, pediatra do Hospital e Maternidade Rede D’Or São Luiz, esse conflito é mais comum do que se imagina. “Tudo, ou quase tudo, está previsto em lei. O que não está previsto é como ficam os filhos emocionalmente, pois diante da separação tudo é novo, desconhecido, imprevisto e muitas vezes assustador para o adulto e para a criança”.
Reibscheid explica ainda que, quanto menor a crianças, menor a capacidade de compreensão. Veja algumas situações que podem ocorrer, conforme a faixa etária, durante o processo de divórcio e que exigem atenção redobrada:

Na Gravidez -?Se a separação ocorre durante a gravidez ou durante os primeiros meses de vida, é provável que a criança se veja afetada pelo estado de ânimo da mãe, e, portanto possa nascer com pouco peso ou com atraso no desenvolvimento cognitivo e emotivo;

Entre 1 e 3 anos – ?Na época da separação, é provável que a criança torne-se muito tímida, comporte-se como menor que sua idade afetiva, requeira mais atenção e tenha pesadelos noturnos;

Entre 4 e 6 anos –
 O pequeno não entende ainda o que é uma separação, mas ao notar a ausência do papai ou da mamãe, é provável que pense que é por sua culpa e reaja de formas opostas: ou fique muito obediente (pensando se for bom, o papai voltará), ou mais agressivo. Também podem apresentar transtornos alimentares e de sono. “Nessa fase é comum que algumas crianças neguem a separação tanto para si quanto para parentes e amigos”, explica.

Entre 7 e 9 anos – 
?Aparecem sentimentos de rejeição e fantasias de reconciliação É possível que experimentem raiva, tristeza e nostalgia por quem se foi.
O pediatra também destaca algumas frases que podem ajudar na hora da conversa em família:

– O divórcio não é culpa sua;
– O que você pensa e sente tem importância;
– Você será cuidado, mesmo com os pais separados;
– Há pessoas com quem eles podem conversar;??
– Você continua a ser amado.?

“É importante destacar que a diversidade de experiências que vivem as crianças depois da separação dos pais, é, de qualquer modo, um sinal positivo, porque prova que o divórcio não é a única coisa que as prejudica, e que, muitas delas, superam a crise familiar, saindo delas mais fortes e mais maduros”, completa Marcelo.