Alerta indica cuidado com cotonetes e postura na hora de alimentação
Recém-nascidos também podem ter dor de ouvido e para as mamães, principalmente as de primeira viagem, é muito difícil identificar o que o bebê está sentindo. Deve-se suspeitar da dor de ouvido quando a criança chora ao mamar ou ao se alimentar, pois o ato de deglutir acaba intensificando a dor.
A Dra. Jeanne Oiticica, médica otorrinolaringologista e especialista em Otoneurologia, Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, aconselha fazer uma pressão no “Tragus” – pequena cartilagem um pouco acima do lóbulo da orelha, que fica à frente do canal do ouvido. “Observe a reação da criança. Em caso de choro, repulsa e desconforto visível ao toque e ou à pressão, reforça-se a suspeita”, explica a médica. Nesse caso, um especialista em Otorrinolaringologia ou um serviço de pronto atendimento deve ser procurado pelos pais.
Prevenção – Algumas vezes, a dor de ouvido em bebês decorre do hábito de mamar deitado. “A criança nasce com a Tuba de Estáquio (estrutura cilíndrica que lembra um canudo e que comunica ouvido e nariz) muito pouco angulada. Isso favorece que alimentos e secreções possam regurgitar do fundo da garganta e do nariz para os ouvidos. Com o crescimento da cabeça e da face, a Tuba de Estáquio passa aos poucos a ocupar posição mais vertical, o que minimiza esta possibilidade”, comenta Dra. Jeanne.
Outra causa importante de dor de ouvido, segundo a especialista, é a utilização de cotonetes, em especial em situação de umidade da pele do canal do ouvido, por exemplo, após o banho. “O cotonete, ao ser introduzido no canal do ouvido, causa uma fricção local da pele, desloca e retira a camada gordurosa protetora (produzida pelas glândulas ceruminosas, o cerume), gera microfissuras na pele, que podem ser porta de entrada para infecções por bactérias, fungos e vírus. Caso tenha curiosidade é só olhar a mensagem de alerta no verso da caixa (“NÃO INTRODUZA A HASTE NO CANAL DO OUVIDO”)”, alerta Dra. Jeanne.
Fonte: Dra. Jeanne Oiticica