Novíssimo relatório da ONU Mulheres — que antecede à comemoração de 25 anos, em setembro de 2020, da antológica Declaração e Plataforma de Ação de Pequim de 1995, um marco do empoderamento feminino — aponta com clareza alguns desafios ainda a serem vencidos para a conquista da igualdade de gênero no mercado de trabalho. As dificuldades partem da persistente carga extra de trabalho e responsabilidades inerentes ao cargo de “dona de casa”.
O estudo, intitulado O progresso das mulheres no mundo 2019-2020, observa: “Pouco mais da metade da população feminina com idades entre 25 e 54 anos é economicamente ativa, proporção que sobe para dois em cada três no caso das solteiras. Por sua vez, 96% dos homens casados estão economicamente ativos. Uma das principais causas dessas desigualdades é que as mulheres continuam a realizar trabalho doméstico triplo e cuidados não remunerados”.
Parece que o problema agrava-se nas conjunturas de crise econômica, como se observa no Brasil. É o que se depreende na análise do Relatório sobre Disparidade de Gênero do Fórum Econômico Mundial. Em sua última edição, divulgada em dezembro de 2018, o Brasil havia caído cinco colocações e recuado para o 95º lugar. Nosso país manteve a lacuna entre homens e mulheres no maior nível desde 2011. No ranking geral, aparece com 0,681 ponto, em uma escala que vai de zero a um.
É importante salientar que são muitos os avanços na igualdade de gênero, em especial a partir da segunda metade do século passado e nas duas primeiras décadas do atual. No entanto, dada a dimensão milenar e grave das desigualdades, ainda há muito o que avançar. A sensação é de que os progressos são muito lentos ante o passivo histórico existente e os retrocessos conjunturais que ocorrem. Porém devem ser comemorados e colocados como parâmetros para a continuidade da mobilização em favor da igualdade de gênero.
Observa-se um desses avanços em área relevante para o empoderamento feminino, que é a gestão de empresas. A 12ª edição do estudo A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais Brasileiro, elaborado pelo ACI Institute em parceria com o Board Leadership Center, ambas iniciativas exclusivas da KPMG, mostra que sete por cento é a média de participação de mulheres nos Conselhos de Administração das 223 grandes companhias analisadas. O número é 1% maior em relação a 2016. Em 2013, quando o dado foi avaliado pela primeira vez, o índice era de 6,25%. Na mesma direção, dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) mostram que o índice de mulheres de 30 a 49 anos ocupando cargos de gerência e diretoria cresceu de 32,3% e 31,9%, respectivamente, em 2003, para 39,2% e 42,4%, em 2017.
É animador observar tais avanços no Brasil, pois são uma evidência de que podemos progredir ainda mais no contexto de um direito humano fundamental. À medida que mais mulheres, por absoluto mérito, passem a ocupar cargos de gerência e direção de empresas, inclusive grandes companhias, elas próprias serão protagonistas na busca pela paridade de oportunidades e de salários e da igualdade de gênero em todos os seus aspectos.
*Verônica Szuster, mestre em Serviço Social e pós-graduada em Educação (PUC-Rio), palestrante da ONU e consultora técnica da Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Governo Federal, é sócia-diretora da MedLevensohn.
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