Doutor Elvio Floresti Junior explica os riscos dessa bactéria para o bebê e a importância do exame durante o pré-natal
Ao descobrir que está grávida, a futura mãe encara uma bateria de exames no Pré-Natal de extrema importância para a saúde da gestante e do bebê. Entre os exames de rotina indispensáveis está a detecção do Estreptococo B, também conhecido como “exame do cotonete”.
A coleta do material vaginal e retal é indolor e geralmente é feita entre a 35ª e 37ª semana de gestação. O resultado do exame sai em poucos dias.
“O Estreptococo B é um tipo de bactéria comum na flora intestinal e que frequentemente atinge a região genital feminina. Apesar de sua localização, a bactéria não é classificada como uma DST”, explica o ginecologista e obstetra Elvio Floresti Junior.
Em adultos saudáveis o estreptococo B não causa nenhum problema, mas as gestantes devem ficar atentas já que uma em cada três grávidas carregam essa bactéria. “Não há risco para a mãe nem para o bebê enquanto ele estiver dentro da barriga. Quando o resultado do exame é positivo, é necessário que no período de trabalho de parto o médico esteja ciente para administrar o uso de antibiótico via endovenosa algumas horas antes do parto normal. Tudo para que não haja riscos da bactéria chegar até o bebê na hora do nascimento”, alerta o especialista.
Já nos casos de cesárias, o obstetra vai avaliar a necessidade do uso ou não do antibiótico. “Tudo depende muito do hospital, médico e maternidade. Há locais que o procedimento padrão é medicar toda mulher que não tiver o exame. Outro procedimento comum é o médico decidir aplicar o antibiótico na mãe em caso de parto prematuro ou no caso de ruptura da bolsa”, esclarece doutor Élvio Floresti.
Para o recém-nascido, o estreptococo tipo B pode causar a sepse neonatal precoce, uma infecção que afeta o sangue e que pode ser muito perigosa, mas também pode ocasionar outras doenças como pneumonia e meningite na primeira semana de vida.
“Muitas grávidas me questionam se o exame não pode ser feito com mais antecedência, mas na verdade não há nenhuma vantagem nem solução de combater a bactéria no começo da gestação. O tratamento com antibióticos só é eficaz na prevenção da infecção se for feito algumas horas antes do parto”, finaliza o ginecologista.
Fonte:
Doutor Elvio Floresti Junior é ginecologista e obstetra formado pela Escola Paulista de Medicina desde 1984. Possui título de especialista em ginecologia e obstetrícia pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e título de especialista em colposcopia. Além disso é especializado em histerectomia vaginal sem prolapso uterino e está atualizado com as últimas técnicas cirúrgicas como sling vaginal, realiza pré-natal especializado e atua em gestações de alto risco.