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Exercício físico na gravidez: faz bem ou não?

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Algumas famosas incitam debates por malhar durante a gravidez. Pode ou não pode? Especialistas desmistificam o assunto e explicam como deve ser a atividade física neste período

Há alguns anos, reinava aquele senso comum de que mulher grávida deveria ficar em repouso absoluto. Hoje em dia, sabe-se que não é bem assim. Para aquelas mulheres que a gestação é completamente saudável, a atividade física pode ser indicada durante todo o período da gravidez, desde que seja liberada por um médico e acompanhada de um profissional da educação física. Os exercícios nesta fase gestacional trazem benefícios à saúde da mulher que podem, inclusive, ajudar no momento do parto.

Além de auxiliar a futura mamãe a controlar o peso, diminuir o inchaço dos pés e pernas e as dores nas costas, os exercícios melhoram a respiração, pressão e tonificam a musculatura, principalmente dos quadris. “Se antes da gravidez a mulher não era acostumada a fazer exercícios, o ideal é começar com um bem levinho para o corpo não estranhar. Mas se ela já é acostumada, recomendamos apenas que ela reduza a intensidade aos poucos, porém não pare por completo, já que o seu corpo ‘necessita’ daquela atividade”, explica Frederico Kempler, professor de educação física e coordenador da academia Turner Prime.

A jornalista e digital influencer Patrícia Gonçalves, esposa do jogador Dedé, do Cruzeiro, conta que continuou os treinos até o quinto mês da sua gestação, após esse período ela optou por fazer aulas de pilates. “A atividade me ajudou a não sentir dores no corpo, não inchar muito e nem reter líquidos”, conta. Ela diz que as recomendações do seu médico foram manter-se bem hidratada, usar roupas leves e frescas e manter a alimentação balanceada.

De acordo com Frederico, quando ‘vigiada’ por um profissional de perto, o risco de acontecer algum problema durante a atividade é mínimo. “Por ser um momento que requer atenção redobrada, qualquer cuidado é pouco. Exercícios que levam à exaustão, aparelhos que necessitam de muito peso ou que faça a mulher ficar muito tempo em pé, devem ser evitados ou substituídos nos treinos por outros mais brandos”, diz.

Do ponto de vista médico, a ginecologista e obstetra da Clínica Penchel, Dra. Talitha Melo, informa que a atividade física tem vários benefícios no pré-natal como a redução do risco de pré-eclâmpsia e controle de ganho de peso, evitando a obesidade gestacional. O exercício ainda atua na prevenção da diabetes gestacional, assim como contribui para o controle glicêmico em gestantes que já são diabéticas. Desta forma, há melhora no índice de peso e vitalidade do recém-nascido. Ademais, o fortalecimento muscular da região pélvica da grávida lhe garante maior autonomia durante o trabalho de parto, ajudando na recuperação imediata após o nascimento do bebê e diminuindo o risco de depressão pós-parto.

“Eu oriento minhas gestantes a identificar qual atividade física faz com que ela se sinta mais confortável. Atividades aeróbicas como caminhadas ou dança ou atividades de força como pilates ou musculação são ótimas opções. Mas atenção: durante a gravidez ocorre um aumento da produção do hormônio relaxina. Essa substância deixa as articulações mais frouxas e pode aumentar o risco de lesões e torções. Portanto o acompanhamento profissional é fundamental para evitar traumas”, conta a médica. Ela ressalta que as únicas contraindicações da prática de atividade física são para gestantes com problemas cardíacos, sangramento vaginal, placenta baixa, trabalho de parto prematuro e hipertensão arterial não compensada. “A prática de exercícios promove inúmeros benefícios e deve ser sempre estimulada a fim de melhorar a qualidade de vida de mãe e bebê”, finaliza.

 

Fonte: Academia Turner Prime