Sempre Materna

Grávidas devem ter atenção redobrada à bula, mesmo após indicação de uso de medicamento

grr

Produtos podem ser nocivos ao bebê e a mulher deve ter cautela; medicação de tratamento contínuo pode ser mantida, mas precisa de orientação médica direcionada

Mulheres grávidas devem ter atenção redobrada na leitura da bula de qualquer medicamento, pois, mesmo aqueles que parecem inofensivos, podem apresentar efeitos colaterais graves e prejudicar a saúde do bebê. As consequências do uso destes produtos dependem de uma série de fatores, tais como dose, período de gestação, tempo de uso e interação com outras substâncias. Quando a paciente já faz um tratamento contínuo, com medicamentos controlados, a situação pede cuidados especiais.

“Tomar um remédio contraindicado pode causar malformações ao feto, dificuldades na saúde da gestante e, até mesmo, abortos”, explica a Dra. Patrícia de Rossi, ginecologista e obstetra.  Pacientes com asma, epilepsia, pressão arterial elevada ou depressão, por exemplo, podem não suspender a medicação durante a gravidez, para que a doença se mantenha controlada, mas tudo sempre com um aval médico. Outras vezes, o profissional pode optar por um medicamento diferente para controlar a doença durante a gravidez.

Suspender o uso de um medicamento pode ser mais arriscado do que continuar a usá-lo, mesmo com comprovados efeitos negativos à gravidez. Alguns casos pedem, até mesmo, a obrigatoriedade de métodos de precaução eficazes, além da assinatura de um termo especial. Em resumo, a gestante não deve interromper ou iniciar o uso de qualquer remédio sem ler a bula e sem falar primeiro com um profissional de saúde, que pode ajudar a garantir o que é seguro e o que é necessário.

No caso daqueles terminantemente proibidos, existem dois exemplos clássicos e bastante conhecidos. O primeiro é a talidomida, que tem ação antiinflamatória para tratamento de lúpus eritematoso sistêmico, HIV e hanseníase, e o segundo é a isotretinoína, que é utilizada para o tratamento de acne grave. “Existem ainda vários outros produtos nesta lista. Por isso que, mesmo com indicação, é preciso que a paciente leia as orientações que vêm descritas no produto”, salienta a médica.

A Dra. Patrícia de Rossi preparou uma série de dicas para evitar o uso de medicamentos nocivos na gravidez:

  • Informe seu médico sobre remédios e outras substâncias que estiver tomando ou pretenda tomar;
  • Não se automedique;
  • Caso tenha feito uso de medicamentos quando já estava grávida, mas ainda não sabia, alerte seu médico;
  • Veja se o medicamento tem um histórico comprovado de segurança na gravidez humana;
  • Leia a bula de todos os medicamentos, para verificar orientações sobre gestantes;
  • Evite iniciar terapia durante o primeiro trimestre;
  • Dê preferência ao uso de apenas um medicamento, para evitar associação de substâncias;
  • Use a menor dose que tenha eficácia;
  • Evite o uso de medicamentos de uso livre (sem prescrição), especialmente os que podem interagir com outros já em uso.

Uma solução pode ser a mudança do medicamento ou a aplicação de uma nova dosagem menor, menos arricada à gravidez. “Riscos e benefícios devem ser medidos sempre. Os tratamentos controlados devem ser respeitados, mas as pacientes gestantes requerem atenção especial. Para a saúde do feto e da mulher não serem afetadas, a conversa e avaliação de um médico é a única opção”, conclui a especialista.

Fonte: Dra. Patrícia de Rossi – LCH7 Comunicação Estratégica