Com ajuda da tecnologia 3D, Carlise e Jorge Vieira puderam sentir o rosto de sua filha antes mesmo do nascimento.
Na era em que a tecnologia serve para auxiliar as pessoas, facilitando suas vidas e contribuindo para que novas coisas sejam vivenciadas, quem possui algum tipo de deficiência (auditiva, motora ou visual, por exemplo) só tende a se beneficiar das descobertas tecnológicas. Agora, as pessoas que antes poderiam ser consideradas até mesmo inválidas, por conta de sua condição, conseguem buscar uma formação no ensino superior, além de trabalhar, escrever ou constituir uma família. Ou seja, elas são capazes de fazer tudo que nem as pessoas consideradas “normais” podem, só que com uma única diferença, elas os fazem de um jeito especial, que, no final das contas, deixa tudo ainda melhor.
Com essa visão é que a Be4Birth trabalha. A startup porto-alegrense faz parte da 3D Protos e realiza a impressão 3D do feto, o que permite a possibilidade de sentir o bebê. Para Fernando Flores, um dos sócios da 3D Protos, a tecnologia é exclusiva na capital gaúcha. “Através da nossa tecnologia, é possível realizar a impressão em 3D em tamanho real de fetos que ainda não nasceram. Por meio do exame de Ecografia 3D (também conhecido como Ultrassom 3D), nossa empresa usa um processo pelo qual o arquivo possa ser produzido por uma impressora 3D, ou seja, a Be4Birth proporciona a experiência única que é ver com as mãos, e sentir como seu filho(a) é, antes mesmo de nascer”, afirma.
Com Carlise e Jorge Vieira foi assim. Os dois se conheceram pela internet, se apaixonaram, e começaram a namorar. Após adquirirem sua estabilidade financeira, eles resolveram firmar sua união por meio do casamento, e, depois de planejarem tudo certinho, decidiram por aumentar a família. Tudo normal, como uma boa parte dos casais fazem, porém, com uma diferença; tanto Carlise quanto seu marido possuem deficiência visual, o que fez com que essa jornada de faculdade, emprego, relacionamentos e gravidez fosse mais árdua, e, seu esforço, ainda mais recompensado.
Segundo Carlise, tudo em seu relacionamento foi pensado de forma a ter a inclusão como um dos seus pilares. “No nosso casamento, tivemos uma audiodescritora que fez uma descrição oral de tudo aquilo que não podemos ver, como por exemplo, a decoração da igreja, para que os convidados cegos pudessem saber por completo o que estava se passando nesse momento tão especial. Diversos convidados que não possuem deficiência visual disseram, inclusive, que a nossa ‘audiodescritora’ conseguiu transmitir detalhes incríveis da cerimônia, o que foi surpreendente”, lembra.
Ela, que é historiadora e também possui um blog, em que conta como foi ser gestante com deficiência visual, fala que, quando engravidou, uma das maiores vontades que ela tinha, era poder ver o rosto do seu bebê, que era mostrado durante o ultrassom. “Mesmo com a Dra. Patrícia da Ecofetal, fazendo a gentileza de descrever nosso bebê durante as Ecografias, eu sabia que não seria a mesma coisa do que quando eu a tivesse em meus braços, sentindo o formato de seu rostinho, por exemplo. Então, a clínica Ecofetal, de Porto Alegre, nos deu de presente uma impressão em 3D da nossa Ecografia, para que pudéssemos realmente ver, por meio da ponta dos nossos dedos, como seria nossa pequena antes dela nascer”, conta ela, emocionada.
Hoje mãe, ela conta que, por causa da impressão em 3D, realizada pela Be4Birth, ela pôde descobrir que sua filha teria a boca e as bochechas iguais ao pai, e o formato do rosto como o seu, fato que foi confirmado por seus amigos e parentes na época e agora, sempre que sente sua filha. “Eu não sabia que existia uma empresa que realizasse esse serviço em Porto Alegre como a Be4Birth, e, quando descobri e ganhei esse presente maravilhoso, foi emocionante. O tato é nossos olhos. Sei como minha filha era na minha barriga e agora sinto ela todos os dias. Minhas amigas, deficientes visuais ou não, também adoraram a ideia, e, agora, todas também gostariam de ter um quadro com o relevo do formato de seus bebês por saberem que é realmente eficaz”, conclui.
Fonte: Be4Birth- Impressão 3D de bebês a partir do exame de ultrassom